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Opinião: Mais pelos mais pequenos

24 de setembro às 12h38
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Já neste espaço vos dei a conhecer o Hospital Pediátrico Albert Royer, vasto complexo situado nas imediações da Embaixada de Portugal em Dakar. Não só pela proximidade à nossa Missão Diplomática, mas também pelo carinho especial que sempre nutri pelo apoio aos mais novos – como no moderno Mère-Enfant, em Abidjan, na Costa do Marfim –, cedo me comprometi a colaborar com este Hospital, que serve toda a sub-região da África Ocidental.
Nesse sentido, e no âmbito da responsabilidade e do Pilar Social da nossa Missão, e do trabalho diário em prol do Portugal moderno e competitivo que realizamos, desloquei-me aquela unidade hospitalar em 2019 para a cerimónia de entrega de aparelhos cirúrgicos (um cisto-uretroscópio e um uretrótomo ótico), doados por Portugal e críticos para poder realizar os exames urológicos necessários a recém-nascidos com malformações do trato urinário e dos órgãos genitais. Na altura, percorrendo todo o espaço em conversa com a Diretora e os seus responsáveis de serviços, foi-me dada conta da precariedade de acesso, não só a equipamento médico de última geração, como o que entregámos, mas também aos mais essenciais medicamentos para os bebés e crianças que acolhem. A instituição de referência, que proporciona intervenções vitais às crianças do Senegal, Guiné-Conacri, Gâmbia, Mauritânia e Mali, que a Dakar viajam, carecia de certos meios básicos, que, em Portugal, damos por garantidos. Deixei, então, uma promessa, que hoje dou por cumprida.
Graças a uma doação extraordinária da BIAL, ao empenho da TAP Air Portugal e ao esforço (e teimosia) da minha equipa de trabalho, recebemos a meio do mês de agosto quatrocentos quilogramas de medicamentos – para tratamento infeções respiratórias, urinárias e complexos multivitamínicos -, que entregámos no passado dia 6 de setembro, ao Albert Royer. Voltei, orgulhoso, assegurando ao Hospital e aos seus mini-utentes de que as caixas que entregámos não são apenas uma doação pontual, mas a garantia de uma parceria contínua, iniciada há dois anos e que se prolongará. Também assim a diplomacia trabalha, também assim mostramos não só um Portugal moderno e competitivo, mas sobretudo e provavelmente mais importante, um Portugal solidário.
Acreditem que foi uma das cerimónias mais marcantes e que mais gozo me terá dado em 23 anos de carreira. Agradeço, de alma renovada, a todos os que contribuíram para este sucesso. Vamos ajudar quem merece!

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