Opinião: “Impreenchidos”
Perceber porque vão as formigas num carreiro vai ser difícil. Explicar porque a natureza fez machos mais bonitos que fêmeas numa multitude de espécies, vai ser de interpretação complexa na Inteligência Artificial que queira respeitar o discurso LGBGT. Entender os desvios comportamentais, e aceitar que alguma sexualidade é mesmo associada a alterações cromossómicas, vai ser afrontoso aos ideólogos do género. Mas esta obsessão explicativa com base numa vaidade “impreenchida” vem do facto que muitos não conseguem viver com a ignorância científica. O inexplicável é o primado da dúvida e da pesquisa. O inexplicável é tolerante e tem a magia da surpresa. Perante o que não compreendemos deve haver o fascínio da aprendizagem. Esta nunca pode ser ideológica, ter balizas de conhecimento, apresentar limites às perguntas. Tudo pode ser posto em causa e tudo pode mudar com a descoberta seguinte. A ignorância desta época caracteriza-se pela casca, pela força do invólucro, independentemente dos dados que vamos encontrando. Não fazia qualquer diferença se a homossexualidade imanasse de uma alteração genética no cromossomo 13, mesmo que os investigadores fossem específicos quanto ao gene SLITRK6. A ideologia obrigava a manter a teoria de género. Sobre as questões climáticas e os efeitos que daí advém, como a ameaça à biodiversidade, os fluxos migratórios humanos, o aquecimento dos oceanos, a desflorestação, as dúvidas ideológicas colocam-se na importância da ação humana. Um pequeno texto ajuda a entrar nesta problemática. https://florestas.pt/saiba-mais/qual-e-o-limite-de-aquecimento-global-estipulado/
Há inúmeros dados que comprovam a importância dos vulcões como produtores massivos de efeito estufa. Há quem diga logo de seguida que são apenas 1% do valor do efeito provocado pelo tráfico aéreo. O debate da importância dos humanos nas alterações climáticas tornou-se numa bravata de silenciar as oposições e as teses contraditórias. Recomendo o texto denso https://www.dcta.cefetmg.br/wp-content/uploads/sites/21/2018/09/Andr%C3%A9-Lopes-Gomes.pdf em observação e crítica das teorias em voga.
Os “impreenchidos” vivem desta casca mediática que pinta a ideologia e defende o controlo da linguagem e do discurso. São os jornalistas que nunca se colocam dúvidas e publicam os argumentos institucionais sem investigar, sem verificar os dados em utilização. As grandes instituições devoram os cérebros da população com banhos de medo, incontáveis imagens terríficas e um perfume de trevas. Os absorvidos pela ideologia “imprrenchida” são cidadãos tendentes à névoa sobre as dúvidas, defensores do bloqueio sobre a contestação. É mais fácil a ignorância. Em vez do debate aberto e franco optam pelo apoucamento e o insulto.
Estamos numa época em que não se busca no livro, não se procura no trabalho duro da pesquisa bibliográfica. Todos tendemos para as fontes da internet e da inteligência artificial, mas a omissão do básico, a ausência das ciências fundamentais retira sabedoria. A alimentação do conhecimento, por sopros de ciência, ofusca a capacidade crítica, entorpece a visão com dúvidas. Não nos colocando perguntas ficamos prisioneiros de uma casca de um fruto oco. Os dados com que se projeta a inteligência artificial são eles mesmo incapazes de apresentar a dúvida ou questionar a veracidade. Chegaremos ao dia em que tudo lá estará escrito e em que a máquina, de tanto aprender com os erros, acaba por encontrar respostas mais finas. Falta muito tempo e isso dá muito palco aos fanatismos dos “impreenchidos”. Ter dúvidas é muito bom!