Não, tendo em conta o que é prioritário, entendido enquanto, como Alguém disse, dar atenção ao que ontem foi pensado e não ao que hoje é lembrado, muito menos ao que amanhã será lamentado.
A Figueira parece ter-se habituado, com o tempo, a conviver muito bem com soundbites, promessas e títulos de jornal, não raras vezes apenas isso: frases, correspondentes a anseios mais do que à racionalidade ou à respetiva sustentabilidade, mas persuasivas e, portanto, eficazes.
Ora, tendo em conta que 1 ) existe uma crónica desarticulação da cidade com a zona sul; 2 ) é fundamental definir o futuro da ilha da Morraceira; 3 ) deve ser elaborado um estudo sobre a acessibilidade das populações e das empresas do sul à cidade e ao norte do concelho, que contemple a razão custo benefício de qualquer decisão a tomar, não é, neste momento, prioritário construir uma ponte pedonal a ligar as duas margens junto à foz do Mondego, até pelas questões técnicas e financeiras que tal colocaria.
Assim, o que faz falta é resolver os problemas de mobilidade dentro da cidade e entre esta e o resto do concelho, de uma forma ambientalmente sustentável, mas também acabar com a inqualificável marginalização ferroviária da Figueira, consubstanciada no preocupante documento “Nova linha Porto – Lisboa/2030 Enquadramento Estratégico”. Alguém o leu?

(Pode ler a opinião na edição impressa e digital)