Opinião: Deputados assim assim, será uma desgraça!
Deverão estar em preparação – ou talvez não – as listas de Deputados para as eleições legislativas de 30 de janeiro.
Ou talvez não, escrevi eu, porque antes mesmo de vontades, existirão critérios.
Já se percebeu que o Rio Mondego poderá transbordar, tal a choraminguice a que vai existir. Uns porque nunca estiveram na Assembleia da República e vaidosamente querem, e outros que, por já lá terem “estado ou passado”, gostaram da experiência e quererão e desejarão repetir!
A ser só assim será uma desgraça anunciada. A qualidade é medíocre para não dizer, má ou muito má! Partido Socialista e Partido Social Democrata terão responsabilidades acrescidas. As razões são várias e de vária ordem.
Coimbra deverá ser defendida como futura capital da Região Centro. Contra tudo e contra todos – sendo que a história não é critério – mas na verdade Coimbra é a única cidade do centro do país que tem qualidade para o ser. O resto é conversa fiada, retórica a que deveremos sobrepor a dialéctica! Depende então dos dois mais importantes partidos políticos, dado que será a eles – enquanto não existir a reforma do sistema eleitoral e permanecer este muito limitado em representação democrática – que será assacada a responsabilidade de nomear o cabeça de lista.
Serão, para os dois, cabeças de lista importados, ou independentes, com ou sem ligação a Coimbra, ou pelo contrário, os presidentes dos seus órgãos federativos – leia-se distritais – a ter essa responsabilidade?
É que, sabe-se, e já não é nem de ontem, que em Aveiro o cabeça de lista do PS é o actual Ministro Pedro Nuno Santos enquanto Presidente da Federação de Aveiro.
Ou seja, Pedro Nuno Santos será cabeça de lista, mas Nuno Moita não tem perfil para tal? Das duas uma; ou tem perfil para tal e sê-lo-à, ou não tem, e deverá ser relegado para outro lugar. Como no PS, no PSD a metodologia poderá ou deverá ser semelhante. Porquê? Vamos então a isso!
António Costa e Rui Rio já definiram como prioridade a responsabilidade de juntos darem início a reformas importantes para o desenvolvimento de Portugal. Porque a não ser assim, poderemos eternizar o País na cauda da Europa.
A reforma do sistema eleitoral será decisiva para se acabar com “aparelhos partidários” pouco transparentes. O sistema eleitoral deverá ser no futuro mais abrangente, dando a possibilidade e oportunidade de cada um se candidatar a primárias. A democracia participativa não se pode acantonar em projectos autárquicos sobre coisas pequeninas. Teremos de avançar para outra dimensão!
A reforma da educação e da saúde é uma exigência de todos. A reforma do sistema judicial é determinante. Por razões evidentes. Mais meios humanos implicarão mais despesa? Não. Implicarão mais investimento! É ou não é absolutamente necessário junto dos tribunais, técnicos ligados a várias áreas do saber para dar corpo e conteúdo às decisões dos juízes? É absolutamente determinante, sobretudo na área financeira para que decidam em absoluta competência!
Todos sabemos como se faz o vinho, como se diferencia o bom e o mau. Mas também sabemos que o melhor vinho do mundo só se obtém com a conjugação/equação de uma “constante + chuva durante o inverno + temperatura média durante a época de maturação – a chuva durante a apanha da uva. Tudo deverá estar em harmonia!
Coimbra, distrito e região, não poderá aceitar que a regionalização seja feita a régua e esquadro numa lógica de “pataca a ti pataca a mim” como lógica menor.Menos autarquias vai ser o maior sarilho, porque os umbigos unem-se contra o interesse nacional. Só que, e haverá sempre um só que, em primeiro lugar deverá estar a cidadania e o interesse nacional. E este, seremos nós!