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Opinião: Criatividade, o motor da inovação

06 de abril às 14h10
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Na literatura sobre inovação, encontramos, frequentemente, uma citação segundo a qual daqui a 5 anos, 50% das vendas das empresas mais inovadoras do mercado serão de produtos que hoje não existem, refletindo a importância da inovação na sustentabilidade a longo prazo das organizações.

Esta afirmação reflete o pensamento de líderes como Steve Jobs e muitos outros que, ao longo da história, usaram a inovação como forma de adaptação ao mercado. E enfatiza a rapidez com que produtos e serviços terão de se transformar constantemente. Uma pressão elevada para o desenvolvimento de novos produtos que se traduz também numa pressão nas áreas da engenharia e do design.

A Apple, considerada a empresa mais inovadora do mundo no Ranking de inovação do Boston Consulting Group (BCG-GI 2023 ), é muitas vezes referida como um paradigma de sucesso em inovação e design. Ao longo dos anos, desafiou convenções e estabeleceu novos paradigmas, sendo porventura a introdução do iPhone sem teclado físico um dos melhores exemplos de sempre. Algo que foi conseguido através de uma combinação de estratégias focadas no design, mas também de uma atenção muito grande aos requisitos dos consumidores.

A forma como produtos e serviços são concebidos e desenvolvidos tem a sua essência na criatividade e no design, conceitos intrinsecamente ligados. O design será o motor que impulsiona a inovação, permitindo que se explorem novas ideias e criem soluções que respondam às necessidades, sempre de acordo com requisitos específicos.

Contudo, o desenvolvimento de ideias requer tempo, algo que, como sabemos, pode não correr a nosso favor dado o ritmo acelerado que vivemos. E é um processo que requer um equilíbrio entre a componente criativa e as restrições comerciais, prazos, orçamentos ou requisitos do mercado.

Vejo que muitos designers procuram cada vez mais inspiração, por exemplo, em diversos elementos da natureza, apoiando-se em tecnologia como a digitalização 3D de objetos naturais para apoio ao processo criativo, talvez pela necessidade de ultrapassar uma certa saturação, algo que faz parte do processo. A inteligência artificial (IA) contribui já para alterar a forma de desenvolver novos produtos através do chamado design generativo, uma abordagem inovadora ao design que utiliza algoritmos para gerar soluções dentro de parâmetros específicos estabelecidos. Assim, ao invés de se criar um design de forma manual, são definidos critérios para este desenvolvimento tais como objetivos de desempenho, restrições de materiais, dimensões, etc. O software explora, então, possíveis configurações para encontrar soluções inovadoras que respondam a esses requisitos, o que poderá conduzir a produtos e formas complexas que, teoricamente, seriam difíceis ou impossíveis de conceber e modelar manualmente. Também aqui temos a IA a abrir novas possibilidades e paradigmas, contribuindo para revolucionar quer a estética quer a funcionalidade dos produtos. Com um potencial de expandir as fronteiras do que é possível no design, na funcionalidade e na personalização, criando produtos inovadores e otimizados para as suas funções específicas.

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