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Opinião: “Cantares” de Polybio

02 de fevereiro às 10h33
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Polybio é um nome pouco comum.

De origem grega, significa entre outras coisas, que goza de abundância, que é rico.

Um dos mais famosos Polybios da História nasceu na cidade grega de Megalópolis no ano de 203 antes de Cristo, foi geógrafo e historiador. Outro nasceu em Penacova a 20 de Maio de 1928, é médico e um excelente contador de histórias.

Ora é deste último que aqui venho tratar hoje, a pretexto de um novo livro que acaba de escrever e que vai ser lançado em Coimbra no sábado da próxima semana (dia 12 ).

Começo por referir que o nome raro se lhe aplica na perfeição, já que ele é um homem riquíssimo em amigos e admiradores e senhor de uma invejável abundância de juventude de espírito, de dinamismo e de talentos vários – que vão desde a música ao versejar.

Polybio Serra e Silva veio para Coimbra há quase nove décadas, com apenas 5 anos. Concluído o ensino secundário, matriculou-se em Engenharia.

Mas um triste acontecimento viria a alterar-lhe o rumo: pouco depois dessa matrícula, faleceu sua Mãe, que acalentava o sonho de ter um filho médico.

Consternado com a perda da Mãe, o jovem Polybio quis homenageá-la concretizando esse sonho, pelo que abandonou a Engenharia e foi matricular-se em Medicina.

Em boa hora o fez, pois assim se iniciou uma extraordinária carreira como médico e como Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra – de que é Catedrático jubilado.

Antes disso, conseguiu conciliar a exigência dos estudos de Medicina com uma intensa e diversificada participação na vida académica e no movimento associativo.

Para além de outras actividades, no último dos seis anos da licenciatura foi, simultaneamente, Delegado de Curso, Vice-Presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), Presidente da Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC), Presidente da Comissão Central da Queima das Fitas e membro de um grupo de fados e guitarradas.

Tudo isto sem prejudicar o seu desempenho escolar na Faculdade de Medicina!

De toda esta actividade deve destacar-se a sua participação, a 4 de Abril de 1954, na “acção revolucionária” que ficou conhecida como a “Tomada da Bastilha II”.

Dessa ousada iniciativa, que esteve prestes a ser reprimida com violência pela polícia, viria a resultar a construção da nova sede da Associação Académica de Coimbra (incluindo o Teatro Académico de Gil Vicente).

É Sócio Honorário da Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC) e Presidente Honorário da Associação dos Antigos Tunos da Universidade de Coimbra (AATUC), da qual foi cofundador.

Com o seu invulgar sentido de humor, mas também com indisfarçado orgulho, assume-se como “bandoleiro” da Tuna, numa alusão ao facto de nela tocar bandola. Quando a TAUC celebrou os 130 anos homenageou-o, distinguindo-o com o título de “Tuno ad aeternum”.

É membro da AAEC desde a sua fundação, presidindo ao respectivo Conselho Geral desde 2018.

Não vou focar a sua carreira como médico, professor e investigador, pois seriam precisas várias páginas deste jornal para esse efeito.

Quanto ao livro que vai ser lançado no dia 12, intitula-se “Cantares – Para gostar de envelhecer”, está escrito em verso e tem ilustrações do pintor Victor Costa.

A sessão de lançamento do livro decorrerá no Pavilhão Centro de Portugal, a partir das 15 horas, estando a apresentação a cargo do Prof. Doutor João Nuno Calvão da Silva, Vice-Reitor da Universidade de Coimbra.

Haverá ainda momentos musicais, de que me permito salientar um que entrará na história da Canção de Coimbra: Napoleão Amorim – que, quase a completar uns magníficos 98 anos, é o mais veterano dos intérpretes –, irá cantar, acompanhado à guitarra por Simão Mota, um dos mais jovens e virtuosos executantes actuais da guitarra coimbrã.

À viola estará um veterano consagrado, Humberto Matias, e haverá ainda outra voz de reconhecido mérito, a de Nuno Oliveira.

Resta sublinhar que, por causa da pandemia, a entrada (que é gratuita), será limitada a cem pessoas e obedecerá às determinações da Direcção-Geral da Saúde.

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