Opinião: A um dia outro se seguirá!

Já ouvi, parece-me até que já todos ouvimos até à exaustão, os mais variados e estapafúrdios argumentos sobre as derrotas concelhias nas últimas eleições autárquicas.
Eu sei que é difícil perder. Mas também sei que, na derrota se percebe quem sempre esteve da parte de dentro da história, na parte de fora, na parte ou no todo!
Por isso percebo a tentação da sobrevivência à custa do sacrifício de outros. Mas não é uma atitude correcta de quem quer estar na parte certa da política.
Sabemos, todos sabemos muito, e bem, que quem entra pela porta dos fundos nunca sairá pela porta da frente! Pelo contrário, quem entra pela porta da frente, por ela sairá! Nada tem que que envergonhe e tudo fez para alcançar resultados positivos.
A estes saúdo-os, aos outros…bem, aos outros, não lhes concederei respeito político!
Escrevi em tempos que, em política como na vida, os teimosos perdem sempre. E não só perdem eles, como todos os que os seguem por amizade, ou solidariedade!
Os que perdem e se afastam deverão ter sempre o respeito de todos, tenham ou não sido seus seguidores. Os que tentam manter-se à tona sem respeito pelo colectivo, estarão votados ao fracasso. Eles, e os que com ele seguem a passo largo até ao abismo!
A política são muitas artes. Não é, ou será tão só, a arte do possível! Apenas esta, será minimizadora do que o comum do cidadão espera de quem assume responsabilidades.
Para uns, a culpa das derrotas é e será sempre o desgraçado vírus. Será que também foi este desgraçado que contribuiu para as vitórias de outros?
Em boa verdade, como sói dizer-se, “albarda-se o burro à vontade do dono”!
Os argumentos são os mesmos dos que perderam à esquerda ou à direita! Não existe nenhuma análise profunda. Só superficialidade, só banalidades. Perderam e querem manter-se a todo o custo porque são superficiais e banais!
Não reconhecer as suas próprias fragilidades políticas, é não perceber o recado que os eleitores lhes deram. E isso é muito mau, porque fragiliza também a política e quem a quer credibilizar!
Outros há – alguns socialistas – que atribuem a derrota a políticas nacionais de desgaste do governo. Só que o PS conquistou a maioria das câmaras municipais! Afinal, em que ficamos? Os que perderam querem sacudir a água do capote? Sim claro…porque não? Não foi assim que sempre sobreviveram?
À direita – e não gosto nada da expressão – os argumentos embora diferentes, não deixam de arremessar pedras ao governo porque não terá correspondido às promessas feitas e não cumpridas! Além disso, remetem para o facto de António Costa “ter andado a falar” sobre o PRR e as suas virtualidades!
Parece-me, à direita e à esquerda que os argumentos não colhem.
É absolutamente necessário – para credibilizar a política – que os intervenientes se afastem por algum tempo deixando espaço a outros. A política não é apenas determinada com e por um sentido. Tem vários. E que lindo é cada um assumir a sua responsabilidade!
Estamos a viver um presente e um futuro incerto. Todos o sabemos. Ninguém o desconhece. E não é por falar mais alto e mais grosso que as questões se resolvem.
A um dia, outro se seguirá!
Hum, hum… Não colhe…? Humm… Está bem. Não colhe. E corre? Tendo-se pernas para andar, também se tem pernas para correr. É só preciso um pouquinho mais de esforço próprio. Repare, é como a história dos Institutos Politécnicos passarem a atribuir graus de Doutoramento, ser solução para alguns problemas.
Isto pode ser representado por uma tabela de dupla entrada de conhecimento. Corre e Colhe. Não Corre e Colhe. Corre e Não Colhe. Não Corre e Não Colhe. A primeira e a última estão em ordem. A segunda e a terceira não estão em ordem, uma por recurso, uso ao/do esforço allheio, outra por imerecidas vicissitudes, injustos azares.
Por exemplo, também quanto a bazucas e dinheiro, convinha especificar bem os argumentos da fonte.
Em política, em Portugal, a um mau argumento, outro se seguirá.