Opinião: A raposa de Coimbra

Na antiga gíria Académica, a Raposa era vista como um animal matreiro que guiava os estudantes ao (in)sucesso dos exames.
Na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, colocado numa antecâmara que serve de sala de espera para a Sala do Exame Final, encontra-se um azulejo pequeno onde está figurada precisamente uma raposa. Esta raposa era alvo de superstições dos Estudantes, que, enquanto esperavam impacientemente, ora se encostavam à Raposa para cair nas suas boas graças ora só lhe queriam distância. Em ambos os casos, na ocasião do chumbo, ao sair da sala parece que a raposa se está a rir. Isto enfuriava os estudantes, que, ao amaldiçoar a sua sorte, aproveitavam também para se vingar pontapeando o azulejo. Muitos dos que voltavam para repetir o exame, começaram a dar a priori pontapés no azulejo, para que não voltasse a acontecer o chumbo. Face ao desgaste provocado por séculos de ‘raposas distribuídas’, o azulejo encontra-se hoje protegido por um painel de vidro.
A todos os meus colegas que vão sofrer mais uma época de exames a começar na próxima semana, dedico um bravo FRA e três pontapés!