Opinião: A Figueira devia ter um museu do mar?
NÃO
Por agora.
Já neste espaço defendi porque entendo que uma forma séria de abordar a questão da instalação de um Museu do Mar não pode começar pelo simples desejo ou por, mais ou menos levianamente, propor um hipotético local; antes, pela resposta assertiva às seguintes perguntas prévias:
Há um claro e estratégico consenso no concelho da Figueira sobre o que deve ser, hoje, um Museu?
Há um espólio, material e imaterial, que justifique um Museu do Mar “da Figueira”?
Há uma vontade política, social, económica e cultural abrangente, que envolva todos os players, relativamente à necessidade de construção de um Museu do Mar?
Já foi feito algum estudo sobre o esforço necessário para a concretização deste desiderato e respetivo impacte (económico, financeiro, cultural, social)?
A CIM-Região de Coimbra é/fará parte do projeto? O Turismo Centro Portugal já foi contactado? E o Ministério da Cultura, sabe? Alguém já realizou alguma reunião (de trabalho, estratégica ou sequer para auscultação) sobre o assunto?
Não tenho dúvida em afirmar que a resposta é um “não” a (quase) todas as perguntas atrás formuladas, pelo que mal vai um concelho no qual a falta de desígnio proporciona a continuação desta tendência para começar a casa pelo telhado, com as consequências que todos vemos.
Sugiro a visita ao Núcleo Museológico do Mar, inaugurado em 2003, e o contacto com o Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR), criado em 1991.