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Opinião: O sonho

05 de março às 16h54
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Esta é a anticrónica, é a descompostura, é a desfaçatez que não sei se um diário permite. Vi a casa do Putin e percebi que ele é como o Zé, mas muito rico. Ele faz lembrar a maior parte dos meus amigos, mas com toneladas de notas. O deslumbramento Socrático fica a perder de vista. Um homem banal gosta de poucas coisas – fama, fortuna, poder e sexo, sendo a ordem dos factores irrelevante, mas a importância destes não. Há homens que querem fama e pouco importa os outros três. Há os que só sonham com dinheiro. Todos os factores transportam ao sexo. Putin tem um bar em casa com pole dance, tem salões de jogo e inúmeras demonstrações do macho alfa. Os machos alfa gostam de fêmeas beta e o dinheiro é feromona, e o poder é um aroma que excita. Neste espaço de intelectualidade rés do chão, onde as bibliotecas são lombadas, a música é lambada e cu duro, o grito verbaliza alegria e mando, há mulheres e homens simples com estratosféricas decisões. Elas decoram-lhe os espaços e preenchem os momentos sós. Recebem apoios monetários e vão embora sem protesto. Amanhã regressam se ele chamar. Sabem que pode ir alguém diferente. Neste território de predadores os maiores mandam, os fortes exigem. A cultura inculta é tecnológica, extravagante, desprendida. Estes não herdaram os talheres, compraram tudo com ouro. Não havia berço na nascença, mas as novas fortunas eclodiram e desabrocharam um mundo. Assim surgem estes novos amantes do poder, do dinheiro, das mulheres desnudas, e da fama. Não gostam do Picasso, quem é Tamayo? quem é Barceló? quem é Júlio Pomar? Se é caro e único, compram. Eles “compram gajas”, divertem-se com o períneo e essa é a sua razão de viver. Tudo serve para o mesmo fim – elas e a excitação que emanam. São elas, parcas de ideias, parcas de meios. O mundo que estes tipos desconhecem é o da democracia das mulheres, as amazonas que estão a chegar para séculos de vingança. As Putin vão consumir “uns gajos”, divertir-se com seus pets masculinos enquanto governam as sociedades e o poder. O mundo dos homens tem sido realmente pobre e repetitivo apesar da conceptualização de ideias, da formatação de discursos, da criatividade que nos afasta dos outros animais sencientes. O poder altera, vicia, retira senso. Depois de Putin, Trump, Biden, Bolsonaro, Erdogan virão as Josefa, Maria, Heidy, Angela e tomarão o poder. Os homens, que cada dia são menos nas universidades, serão troféus das suas fantasias. Outras criatividades nascerão, outra forma de educar e construir sociedade. Penso que as guerras serão menos, a subjugação às regras maior, mas esperarei no meu canto esta deriva.

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