Atualmente, situam-se na margem sul os Estaleiros Navais, o Porto de Pesca e ainda uma zona natural classificada como Zona Húmida de Importância Internacional.

Mudar apenas uma parte do Porto Comercial para a margem sul é um processo relativamente simples e que inclusivamente já tinha avançado pelo executivo anterior como uma alternativa possível.

Há algum perímetro disponível para a atracagem de embarcações sem entrar em conflito com o existente na margem sul.

Esta solução oferece ainda a vantagem de uma ligação mais curta à indústria exportadora, especialmente a papeleira que também se encontra a sul do concelho, permitindo diminuir o volume de emissões poluentes associadas ao transporte.

Mudar o Porto Comercial totalmente para a margem sul requer um perímetro de atracagem que neste momento não está disponível.

Considero uma má ideia sem se discutir o futuro dos estaleiros, sem se discutir a relocalização do Porto de Pesca e, sobretudo, sem se garantir que o porto não coloque em causa uma zona húmida ao abrigo de um tratado internacional: a Convenção de Ramsar.

Esta zona abriga espécies piscícolas migratórias, sapais e é habitat de espécies de aves marinhas e aquáticas, como o flamingo. A preservação de uma zona húmida com estas características é muito delicada, requerendo que uma intervenção na margem sul não destrua o que a natureza demorou tanto tempo a construir.