Euro2020: Hugo Almeida assume fim “amargo” em 2012 mas com “melhores memórias”
O antigo avançado Hugo Almeida considera que o Euro2012 é um dos dois torneios que lhe deixa “melhores memórias” na seleção portuguesa de futebol, apesar do “sabor amargo” da derrota frente à Espanha, nas meias-finais.
Portugal perdeu com os ‘vizinhos’ no desempate por grandes penalidades (4-2, após um ‘nulo’ nos 120 minutos), mas, apesar da frustração de ter falhado a final, o ex-internacional luso afirma que, fruto do ambiente “totalmente tranquilo” vivido no grupo treinado por Paulo Bento, essa foi a fase final que mais gostou de jogar, a par do Mundial2010, no qual a equipa das ‘quinas’ também ‘caiu’ perante a Espanha, nos ‘oitavos’ (1-0).
“Sabor amargo deixa sempre, mas o Mundial da África do Sul deixou boas memórias e esse Europeu, de 2012, também. Foram as duas competições que me deixaram melhores memórias. [No Europeu], estivemos a um passo de chegar à final e não conseguimos”, realça à Lusa o hoje treinador-adjunto da equipa sub-23 da Académica.
Sem qualquer minuto cumprido no Grupo B do Europeu coorganizado por Polónia e Ucrânia, em que Portugal assegurou o segundo lugar, após derrota com Alemanha (1-0) e triunfos sobre Dinamarca (3-2) e Holanda (2-1), Hugo Almeida saiu do banco para realizar 40 minutos no triunfo sobre a República Checa (1-0), para os quartos de final, e cumpriu 81 como titular no duelo com ‘la roja’.
O antigo ponta de lança reconhece que o adversário de então, campeão europeu em 2008 e mundial em 2010, era uma das “melhores equipas que existia”, com uma defesa “difícil de desmoronar”, não só pelo eixo da defesa formado por Piqué, do FC Barcelona, e por Sergio Ramos, do Real Madrid, mas sobretudo pela “estrutura muito forte e compacta” que detinha.
Com um estilo assente no ‘tiki-taka’, celebrizado pelo FC Barcelona treinado por Pep Guardiola, Espanha obrigou Portugal a “correr atrás” da bola, num jogo de “muito sacrifício” e de “muita entrega”, que, para o antigo jogador de FC Porto, Werder Bremen (Alemanha) ou Besiktas (Turquia), até “correu bem”, à exceção do desempate por penáltis, no qual o adversário foi melhor.
“Não é que seja uma ‘roleta’ de sorte. Há que também ter trabalho. Há que dar o mérito aos guarda-redes que defendem e aos jogadores que conseguem bater bem”, observa.
Hugo Almeida reitera ainda que “não vale a pena” fazer “suposições” sobre o desfecho que caberia à seleção das ‘quinas’ naquela prova, caso tivesse derrotado a Espanha, que se sagrou bicampeã europeia, ao golear a Itália na final (4-0), e preferiu realçar a “convicção” já então existente de que Portugal seria “um dia” campeão europeu, algo que se confirmou em 2016, em França.
“Já nos conhecíamos há bastante tempo. Tínhamos a convicção de que um dia iríamos ser campeões. Infelizmente para mim, não consegui enquanto lá estive. Sentíamos que tínhamos um grupo fantástico e jogadores fantásticos. Acabou por acontecer em 2016”, recorda.
Internacional por Portugal em 57 ocasiões, Hugo Almeida elege como “momentos mais marcantes” o primeiro jogo, com a Inglaterra (1-1), num amigável realizado no Algarve, em fevereiro de 2004, e cada um dos 19 golos que marcou, entre outubro de 2007, no triunfo sobre o Azerbaijão (2-0), e junho de 2014, na goleada à República da Irlanda (5-1).