Concertos de Bocelli matam saudades dos grandes eventos
As pessoas que assistiram ao concerto do tenor italiano Andrea Bocelli, em Coimbra, sentem que o espetáculo é um “cheirinho” da normalidade pré-pandemia, esperando que este seja um primeiro passo no regresso dos grandes eventos.
O casal Rui e Rosário Dias, do Porto, já não ia a um grande concerto desde que tinham visto o espetáculo “Fantasma da Ópera” na sua cidade e, a poucos minutos de entrarem no Estádio Cidade de Coimbra, onde Bocelli deu dois concertos, sexta-feira e sábado, olhavam para a massa de gente que fazia fila e encontravam “uma normalidade ainda um bocadinho estranha”.
“Usamos máscaras e há confiança na organização”, disse à agência Lusa Rosário Dias, salientando que espera que este seja um primeiro passo para o regresso dos grandes concertos.
Por volta das 21H00, já eram visíveis filas enormes de um público diverso – desde casais vestidos a preceito, como se de uma gala se tratasse, a pessoas com t-shirts de bandas como AC/DC.
As filas, nem sempre com o distanciamento recomendado, davam a volta ao Estádio Cidade de Coimbra, onde na zona envolvente algumas ruas foram encerradas, o estacionamento interdito e as esplanadas fechadas.
Para entrar no estádio, havia controlo da temperatura e dos bilhetes, mas sem necessidade de apresentação de teste covid-19, por a venda dos ingressos para os dois concertos se ter iniciado antes da data da atualização da norma que veio impor a obrigatoriedade de testes, a partir de um determinado número de espectadores.
Perto das 22H00, o público já preenchia grande parte dos 13.450 lugares (cerca de metade da capacidade do recinto desportivo), ao som de um instrumental de jazz. Uma voz, às 22H10, vincou as regras que o público tinha de seguir, informando que o concerto iria começar dentro de dez minutos.
O concerto começou ao som de “Farandole”, andamento da suite “Arlesienne”, de Bizet, tocado pela orquestra, com o tenor italiano a ter sido recebido com um forte aplauso. Seguiu-se um clássico, “La Donna è Mobile”, ária da ópera “Rigoletto”, de Verdi, também muito aplaudida pelo público. “É fantástico estar aqui. Obrigado”, disse o tenor, no final dessa canção.