Diário As Beiras

“Sou um autodidata absoluto”, revela o pintor Mário Silva

É um dos artistas plásticos da região mais conhecidos no país e no estrangeiro. Com 81 anos de idade e mais de 50 de carreira, Mário Silva continua a recriar o seu mundo na tela e a ser excêntrico, como sempre.

P- Quando pintou o seu primeiro quadro?

R- Foi em 1934. O meu pai (físico e assistente de Marie Curie) trouxe-me de Paris um livro a cores, cortei o livro e comecei a fazer colagens. Esse foi o meu primeiro quadro.

P- Mário Silva é um conimbricense radicado há mais de 30 anos na Praia da Claridade. Gosta mais da Figueira ou de Coimbra?

R- Gosto mais da Figueira porque vivo cá.

P- Como define a sua pintura?

R- A maioria dos pintores tem medo de estragar a tela em branco. Eu não. Quando tenho uma tela em branco, deito para lá tintas ao acaso e depois vou tirando aquilo que está a mais. Faço uma coisa completamente diferente dos meus colegas.

P- Por que motivo criou o pseudónimo Grão Mário?

R- Um galerista da Figueira comprava-me os quadros por três contos. Passado um tempo disse-me que só me dava um conto. E foi assim que nasceu o Grão Mário, para valorizar os quadros assinados por Mário Silva. Durante um ano não houve Mário Silva, só houve Grão Mário. Pintei 100 ou 150 quadros assinados por Grão Mário.

P- Pretende criar uma fundação com o seu nome para apoiar artistas carenciados. Em que fase se encontra esse projeto?

R- Antes de vir para esta entrevista falei com o presidente (da Câmara da Figueira) e ele garantiu-me que terei uma casa à minha disposição, situada perto do tribunal. Quero lá fazer exposições e o dinheiro da venda das obras é para apoiar os artistas carenciados que vão residir na fundação (ver mais na edição impressa).

Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra em www.asbeiras.pt, a partir das 19H30 de sexta, e no programa “Clube Privado” da Foz do Mondego Rádio (99.1FM), às 19H00 de sexta e de sábado e às 22H00 de domingo.