Associação Académica de Coimbra diz que há vários meios para denúncia de assédio
O meio académico de Coimbra dispõe de vários mecanismos para apresentar denúncias de assédio por parte de professores, afirmou hoje o presidente interino da associação estudantil, apesar de assumir que não há noção da dimensão do problema.
“O assédio ocorre em diversos locais, sendo um deles o meio académico, e tem implicações muito graves para os nossos colegas. A Associação Académica de Coimbra não tem casos reportados, mas há vários mecanismos para sinalizar e apoiar estudantes atingidos por essa situação”, disse à agência Lusa o presidente interino daquela instituição, Daniel Aragão.
O responsável da Associação Académica de Coimbra (AAC) falava a propósito de a Faculdade de Direito de Lisboa ter aberto um canal para receber denúncias de assédio e discriminação, tendo recebido em 11 dias 50 queixas.
Questionado pela Lusa sobre se deveria haver plataformas vocacionadas para essas denúncias, Daniel Aragão descartou a ideia apontando para vários mecanismos em Coimbra que podem responder a essas situações, nomeadamente os mecanismos de avaliação semestral dos docentes, os 26 núcleos de estudantes que representam alunos por curso ou faculdade e que têm capacidade para sinalizar casos de assédio, o Provedor do Estudante da Universidade de Coimbra ou o Gabinete de Apoio ao Estudante, inaugurado há cerca de uma semana e dirigido por estudantes.
“É um gabinete físico, com horário de atendimento, com dirigentes estudantis formados para o efeito e em que os alunos podem reportar qualquer assunto de que necessitem e não apenas deste em particular”, frisou, salientando que nesse local “há toda uma estrutura de apoio, proteção e sigilo”.
Para Daniel Aragão, há “meios suficientes para se dar voz às denúncias”.
No entanto, quando questionado sobre se tem noção da dimensão do problema ou das queixas apresentadas nos diferentes meios em Coimbra, o dirigente estudantil admitiu desconhecer quantos casos de assédio foram denunciados.
“Não temos noção da gravidade do problema”, referiu Daniel Aragão.
Para o responsável da AAC, é necessário um trabalho de sensibilização, para que os estudantes se sintam seguros em fazer as denúncias, mesmo que para tal não tenham em Coimbra uma plataforma específica para tais casos.