diario as beiras
DesportoGeral

Antigo “capitão” da Académica Orlando lamenta descida “triste” do clube

16 de abril às 15h42
0 comentário(s)

 O antigo ‘capitão’ da Académica Orlando lamentou hoje a descida “triste” do clube histórico à terceira divisão do futebol português, onde nunca tinha estado, pedindo que se olhe já para a formação para voltar à ribalta.

“Fico triste, estou triste, e custa-me imenso ver o clube em que fui feliz, e de que muita gente gosta, e onde é feliz só porque sim, numa situação destas. Não tenho palavras, nunca acreditei que pudesse acontecer”, reconhece, em entrevista à Lusa.

Agora com 42 anos, o antigo defesa-central é coordenador da formação do 1.º de Maio Figueiró, em Paços de Ferreira, o clube onde começou a jogar à bola antes de uma carreira em que representou Fafe, Moreirense, Freamunde, Académica, Felgueiras, Leixões e São Martinho.

Viveu na Briosa 106 dos quase 400 jogos oficiais como sénior da sua carreira, entre 2007 e 2012, ano do último grande momento dos ‘estudantes’, com a conquista da Taça de Portugal frente ao Sporting, graças a um tento solitário de Marinho.

Uma rotura total do tendão de Aquiles retirou-lhe praticamente todo o contributo em campo durante ano e meio, pelo que Orlando viveu “dois mundos” em Coimbra.

Se por um lado chegou a um clube onde viveu “dos melhores momentos da carreira”, e onde sentiu “o ponto alto”, teve esse azar, uma lesão “que quase acabou” com a possibilidade de continuar a jogar futebol.

“Senti-me honrado por conseguir representar um clube como a Académica, e depois também vivi outro revés. […] Na caminhada até à final da Taça, tive verdadeiros camaradas como colegas de equipa. Nunca me abandonaram”, conta.

Ao longo da recuperação, que por vezes nem o deixava sair de casa, foi recebendo muitos “pequenos grandes gestos” dos colegas de equipa.

Um deles foi em Santa Maria da Feira, na ‘casa emprestada’ da Oliveirense, que disputava com a Briosa a presença na final da Taça, numa segunda mão que acabou empatada a dois golos.

“Eu não sabia de nada do que se passava, e alguém me convenceu a ir lá. Lá arranjei quem me ajudasse a ir à Feira. Para surpresa minha, todo o plantel tinha, depois da vitória, uma camisola com a minha fotografia, a dizer ‘força, capitão’. Quer dizer… senti-me parte, se estava um bocadinho afastado, senti-me parte da equipa. Nunca deixaram de me apoiar, nunca, nunca, nunca. Estou-lhes eternamente grato, foram fantásticos”, atira.

O antigo ‘capitão’ não esconde uma tristeza que já vem “desde a primeira descida, à II Liga”, em 2015/16, e o ter faltado “um bocadinho mais de força, de quê não sei”, nos últimos anos, quando o regresso à I Liga esteve próximo, mas nunca se consumou.

Agora a caminho da Liga 3, “é fácil arranjar responsáveis”. “Quando as coisas correm mal, é fácil apontar o dedo e dizer que a gestão não foi boa. A Académica tem vindo a ter problemas nos últimos anos, já na I Liga”, lamenta.

As dificuldades financeiras e a ausência, na região, de um apoio como vê noutras equipas, do setor industrial e outras grandes empresas, acabam por falhar numa “cidade que gosta muito de futebol e da Académica”.

Orlando aponta para o Villarreal, semifinalista da Liga dos Campeões, com vários jogadores da formação, como um exemplo, não só quando “as coisas correm mal”, mas como aposta segura.

“Quando os clubes estão mal, recorrem muito à formação. […] Mas porquê só em tempo de vacas magras? Porque é que não conseguirá sempre?”, analisa.

Autoria de:

Deixe o seu Comentário

O seu email não vai ser publicado. Os requisitos obrigatórios estão identificados com (*).


Desporto

Geral