Pastel de Tentúgal “combina bem com tudo” e arrebata os mais exigentes paladares

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DB-Pedro Ramos

Tem origens humildes, uma receita relativamente simples, mas um património rico que  é acompanhado por um sabor único e distintivo. Assim se poderia resumir, em escassas palavras, o Pastel de Tentúgal, mas esta iguaria doce, uma das mais apreciadas a nível nacional, merece mais do que um singelo parágrafo.

O ponto de partida para uma “doce viagem” pela realidade do Pastel de Tentúgal é a pastelaria Moinho Novo. Localizada em plena EN111, esta casa é liderada por José Carlos Faria, um dos nove produtores que integram a Associação de Pasteleiros de Tentúgal.

“Quando era novo sonhava em ter a minha pastelaria”, contou ao DIÁRIO AS BEIRAS. Tudo começou aos 12 anos. “Era servente de mesa e nos bocados que tinha livres ia ter com as doceiras da pastelaria e ia aprendendo. Um dia esticava massa, no outro armava o pastel, fui tomando o gosto”, revelou. Com a base treinada, o sonho da pastelaria seria concretizado mais tarde. “Comecei, um bocado, pelo falecimento do meu pai. O nome deste espaço é dedicado ao meu pai, porque ele nasceu numa povoação aqui ao lado que se chama Moinho Novo. Quando sonhava em ter a minha pastelaria já pensava que esse seria o nome”, confidenciou.

Embora o discurso do dono agrade, é impossível estar completamente focado nas palavras de José Carlos Faria quando “ao lado”, separado do restante estabelecimento, está um intrigante estrado e duas funcionárias focadas em produzir… pastéis de Tentúgal.

Começaram às 04H30 e por volta das 10H30 Paula e Graça já estão prontas para produzir mais uma fornada de pastéis. Uma faz a massa utilizando um estrado próprio para a produção, a outra arma o pastel deixando-o pronto a ir ao forno. “Produzo há mais de quatro décadas. É amor ao trabalho”, assumiu Graça Alves, natural da Portela (Montemor-o-Velho). “Na adolescência já andava a produzir, são já 42 anos”, recordou Paula Santos, de Meãs do Campo, que voltou, por alguns segundos, a reviver outra era. “No meu tempo de juventude saíamos da escola e queríamos ir produzir”, assumiu, tendo deixado um desejo: “Espero que venha mais gente produzir o Pastel de Tentúgal”.

As duas são essenciais para que o Moinho Novo seja uma referência na produção do afamado pastel. “A minha avaliação destes sete anos é positiva. Como é óbvio há algumas dores de cabeça, mas é tudo feito com muito amor e dedicação. Isto é um bocado de mim. É quase o meu terceiro filho”, reconheceu um orgulhoso José Carlos, produtor que teve a ousadia, e a coragem, para mostrar ao vivo como se produz a iguaria.

“Tive a brilhante ideia de colocar o fabrico do Pastel de Tentúgal ao vivo, precisamente por causa das questões das pessoas sobre o fabrico”, contou. Embora tenha recebido algumas  “críticas”, a verdade é que a ideia compensou e há “cada vez mais gente a vir comprar e a querer ver” como se faz o Pastel de Tentúgal.

O estabelecimento está na rua da Doçaria Conventual, uma via onde estão vários produtores. “É uma boa concorrência, sendo leal, é sempre boa. Acho que juntos somos mais fortes”, frisou.

Numa hora “dependendo da massa, do tempo e do clima” são produzidos cerca “de três tabuleiros de pastéis neste estrado”. Cada tabuleiro conta, “em média, com 28 pastéis”. Assim, numa estimativa, “num dia normal são largas centenas de pastéis, por vezes até deve ultrapassar os 1000 pastéis produzidos”, revelou José Carlos Faria.

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