O diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC) desafiou hoje a sociedade civil a juntar-se para comprar uma obra de Ragnar Kjartansson que foi criada para a exposição do artista islandês na cidade, em 2023.

A obra em questão é uma peça de luz enorme, com oito metros de largura, onde se lê “Não sofra mais”, título da exposição a solo do artista islandês que teve lugar no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, em 2023.

A inscrição, que é uma referência à frase presente nos pacotes dos rebuçados Dr. Bayard, ainda se encontra instalada na torre do mosteiro que está virada para a cidade, mas será desmontada e guardada em depósito em Coimbra, afirmou o diretor do CAPC, Carlos Antunes.

“Gostava imenso de termos a civilidade para conseguirmos juntar pessoas com capacidade de comprar esta obra” e oferecê-la à cidade, disse Carlos Antunes, que falava durante a conferência de imprensa de apresentação da 5.ª edição da bienal de arte contemporânea Anozero.

Carlos Antunes assumiu que gostava “muito que a peça pudesse ficar em Coimbra”, referindo que o próprio artista, que retirou todas as restantes obras que estiveram presentes na exposição, deu indicação para que aquela peça de luz ficasse, por agora, guardada em Coimbra.

“É um desafio que fazemos”, salientou o diretor do CAPC, referindo que a obra custa cerca de 100 mil euros, assumindo que, caso se reúnam interessados em contribuir para a compra da peça, a própria instituição que lidera compromete-se a pagar uma parte do valor – algo também assumido pelo presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, presente na conferência de imprensa.

A bienal organizou em 2023 a primeira exposição em Portugal do artista islandês Ragnar Kjartansson, entre abril e julho, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, onde estiveram presentes algumas das suas obras mais icónicas, mas também inéditos.

Naquela exposição, passaram mais de dez mil visitantes.