Influencer: termo dos tempos modernos (digitais), utilizado para descrever a pessoa com poder para afectar a decisão dos outros.
Operação Influencer: nome de baptismo atribuído pelo Ministério Público à investigação promovida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), com vista ao apuramento de eventuais favorecimentos de titulares de cargos públicos e políticos a empresas com negócios no lítio, hidrogénio e centros de dados. Resumindo: a bomba na política Portuguesa. Mas que bomba é esta? Qual a sua dimensão? Impacta apenas na política? Muitas questões se colocam. As respostas, essas, só o tempo as trará. Uma certeza fica, porém: não poderia vir em pior altura.
A 27 de Dezembro de 2021, numa entrevista à CNN Portugal, o Dr. António Costa, na qualidade de secretário geral do PS e perspectivando as eleições legislativas de 30 de Janeiro de 2022, pediu o que não quis chamar de maioria absoluta, mas que chamou de “metade mais um”, a bem da estabilidade governativa, fundamental para o futuro do País. Os Portugueses entenderam como válido o seu apelo e atenderam ao seu pedido. Deram ao Dr. António Costa plenos poderes a bem da dita estabilidade política e do próspero futuro do País. Era isto que tinha em mente o Dr. António Costa? Os Portugueses deram-lhe o que pediu e em troca não receberam mais que um governo de constantes polémicas, onde por demasiadas vezes emergem dúvidas sobre a idoneidade das pessoas que o compõem, a última das quais ao ponto de fazer cair o seu próprio governo. Acho que impera a necessidade de fazer uma revisão aos critérios utilizados pelo departamento de RH do governo. Ainda assim, o Dr. António Costa afirma que os dirigentes do PS dão “10 a 0” ao líder do maior partido da oposição em experiência executiva e de liderança. Aparentemente tal não lhe valeu de nada.
No contexto nacional, a economia abranda, registando a recessão de 0,2% no terceiro trimestre, devido a uma redução expressiva nas exportações de bens e as previsões do desempenho económico têm sido revistas em baixa pelas entidades que o analisam, quer no contexto nacional, quer no contexto Europeu. A inflação, apesar de apresentar uma tendência de descida, é ainda uma problemática longe de poder ser considerada ultrapassada. Consequência directa da inflação é também a perspectiva da manutenção dos valores das taxas de juro em valores elevados para os próximos meses. A taxa de desemprego registou em Setembro (dados mais recentes) um aumento de 0,1% para 6,5%, depois de ter estado estagnado de Maio a Agosto. O PRR e o Portugal 2023, a bazuca dos fundos comunitários, que totalizam cerca de 50 mil milhões de € e que são absolutamente estruturais para o País, necessitam de dedicação e seriedade na sua gestão. Um SNS decadente e com os médicos em luta, uma educação com professores em protesto pela recuperação dos seus direitos, uma justiça que é cada vez mais morosa e de difícil acesso, uma habitação cada vez mais cara e escassa.
No contexto internacional, uma guerra que não termina na Ucrânia. Um novo cenário de guerra no Médio Oriente. Uma economia amorfa.
O cenário está longe de ser perfeito e os desafios “naturais” já seriam mais que suficientes. Decidiu a nossa “política” que era agora o momento perfeito para nos oferecer esta bomba. A bomba que trará um governo em funções provisórias até ao momento de novas eleições. Que aprovará um orçamento que apresentou enquanto governo e que começa a alterar desde já por passar simultaneamente à condição de partido político a concorrer às futuras eleições. A bomba que vai trazer meio ano de absoluta inoperacionalidade e que poderá trazer um resultado eleitoral de difíceis soluções governativas, tal qual o aconteceu na “vizinha” Espanha, prolongando ainda mais essa inoperacionalidade.
Haverá por este País um líder a sério? Capaz de nos ajudar, governando de forma séria e exemplar? Apareça por favor. Chegou o seu momento. Líder – digo líder, não contadores de histórias munidos de outros interesses que não o futuro do nosso Portugal. Nós, vulgares portugueses (pessoas e empresas), cá nos manteremos para trabalhar. Só pedimos: não dificultem ainda mais o nosso trabalho.