Um mundial de rugby é sempre uma experiência admirável. Existe um espírito desportivo único. Há festa garantida dentro e fora do campo. Em Nice, este sábado, foi assim.
Foram bravíssimos os “Lobos” no jogo contra o País de Gales. Não vencendo, venceram. Conquistaram-nos a todos que lá estivemos e aos muitos portugueses espalhados pelo mundo. Aliás, basta atentar nas estatísticas do jogo para perceber o quão equilibrada foi a partida. Perante as evidentes diferenças de estatuto e palmarés os jovens jogadores portugueses mostraram uma raça e atitude desconcertantes.
No final, era unânime o reconhecimento pelo esforço, abnegação e tenacidade demonstradas. Os galeses não esperavam tantas dificuldades e, justamente, juntaram-se no elogio à equipa portuguesa.
Esta atitude e esta raça são uma imagem de marca do rugby português e era assim que deveríamos ser em tudo. Quem não se recorda, em 2007 – na primeira passagem dos “Lobos” por um mundial – da forma emotiva e apaixonada como cantavam o hino nacional, transbordando uma energia patriótica invulgar? No sábado, em Nice, não foi diferente!
No rugby, além dos dois tempos regulamentares, diz-se existir um terceiro tempo dedicado à fraternidade. É impressionante o sentido do respeito mútuo quando se aplaudem os adversários, na forma como os adeptos se relacionam, no modo como não se discutem as decisões dos árbitros. E, no fim, a festa faz-se.
Se juntarmos à garra e ao espírito combativo alguma sorte, e em momentos cruciais a maturidade necessária, pode ser que tenhamos boas surpresas nesta segunda passagem por França. Estes rapazes merecem mais e o país bem precisa!