Opinião – Perguntas Soltas

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Dizem-nos que vamos crescer mais do que a Europa. E, de facto, vamos. A responsabilidade é dos nossos tenazes empresários que contra a entropia burocrática reinante, a instabilidade fiscal de um só sentido e tantas vezes a falta de mão de obra, conseguem inovar, produzir, procurar clientes, perceber os novos mercados de destino e exportar!
Mas a exportação de bens não é o principal contribuinte (como também não o é o consumo interno). É, sim, a exportação de serviços turísticos.
Há, portanto, mais produto e mais emprego. Mas, sabemos que se trata de um sector com alto nível de risco (basta recordarmos o que há alguns anos aconteceu na Tunísia) e, sobretudo, com salários baixos e muita precariedade.
Ouvimos falar em incentivos para o turismo do interior e assim, mas não ouvimos o essencial, ou seja, uma ideia clara para evoluirmos para a organização de um sector que privilegie nichos de maior poder de compra que, por sua vez, garantam empregos mais sólidos e mais bem pagos.
Digo ideias claras e não planos estratégicos volumosos e totalmente inoperantes!
Há cerca de um ano as IP, responsáveis pela ferrovia (e rodovia) em Portugal, anunciavam que a eletrificação da linha do Douro entre o Marco de Canavezes e a Régua afinal já não se consumava no quadro do Ferrovia 2020 e que teria de esperar pelo quadro de financeiro 2021 – 2026. Houve fortíssima reclamação por parte dos autarcas. E com razão!
A Linha do Douro demorou 12 anos a construir os 200 KM que a compõem. No século XIX num território tão acidentado e difícil.
A eletrificação do troço Marco – Régua tem 43 KM e já leva 23 anos de promessas!
Mas, eis senão quando, as IP voltam atrás em toda a linha e anunciam, pela boca do Sr. Ministro das Infraestruturas, que afinal já há dinheiro e que os concursos públicos, não só para a eletrificação do troço Marco -Régua mas também do Régua – Pocinho, vão ser lançados em finais de Maio e princípio de Junho. Os 46 milhões de euros que não havia em Abril de 22 transformaram-se num investimento de 118 milhões que, de repente, passou a haver.
Alguém percebe?
A não ser que o 10 de Junho na Régua tenha alguma coisa a ver com isso. Será??

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