Limpeza do areal da Figueira da Foz será feita ouvindo os ambientalistas

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O presidente da Câmara da Figueira da Foz disse hoje que vai estudar e conciliar a limpeza do areal da praia da cidade em articulação com especialistas ambientais. A garantia de Pedro Santana Lopes foi transmitida no final da discussão pública sobre o areal urbano, que praticamente lotou o pequeno auditório do Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz.

 

“Vamos trabalhar na base do consenso, que às vezes é a arma dos fracos, mas neste caso deve ser a arma dos fortes que somos todos aqueles que estamos empenhados numa solução que defende os recursos naturais da Figueira da Foz”, sublinhou.

Segundo Santana Lopes, será dada continuidade à limpeza das áreas em que seja consensual a remoção da vegetação.

“Não devemos trabalhar sob ordens dos cientistas, mas sim ouvindo-os e não abdicando da responsabilidade civil de decidir”, salvaguardou.

O autarca agendou o debate depois de na primeira quinzena deste mês ter suspendido a limpeza da vegetação do areal da Praia da Claridade, que tinha sido autorizada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), após várias críticas de ambientalistas e do Partido Socialista, que condenaram a operação de remoção da vegetação do areal.

Durante mais de duas horas, sucederam-se intervenções de diversos especialistas e ambientalistas, que, na sua maioria, defenderam a preservação da vegetação do areal “para não destruir o equilíbrio dinâmico da natureza”, como disse Maria Teresa Rito.

O ecologista e investigador Jael Palhas salientou que a vegetação existente no areal da praia da claridade não é toda igual e que existem áreas em que “não tem interesse nenhum”.

“Agora é um absurdo tomar decisões [de limpeza] sem ter sido feito um diagnóstico sobre a praia. É preciso fazer o diagnóstico e depois decidir de acordo”, defendeu o investigador do Centro de Ecologia Funcional.

O porta-voz do movimento Parque Verde, Luís Pena, frisou que a “praia é grande e dá para tudo”, sugerindo que se peçam pareceres externos a instituições universitárias “para que se decida de acordo com a ciência”.

Referindo que cidade tem de estar do lado da biodiversidade, considerou que é uma “asneira limpar o areal todo”.

No debate interveio também Nélson Silva, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que confirmou o parecer favorável daquele organismo à limpeza nas zonas balneares e zonas complementares da praia da Figueira da Foz.

O técnico lembrou que o areal não integra a Rede Natura 2000 nem é uma duna e que a principal preocupação da APA passa por proteger a praia, cuja titularidade pertence ao domínio público marítimo.

Tal como outros intervenientes, que abordaram a questão do “by-pass” para transferir areias da praia da Figueira da Foz, que tem o maior areal da Europa, também Nélson Silva salientou que aquela é a solução para a costa sul do concelho, que só deverá estar no terreno dentro de “oito ou nove anos”.

Segundo afirmou, no período 2024-25 a praia vai encolher 80 metros com a transferência prevista de três milhões de metros cúbicos de areia, devendo chegar aos 380 metros quando se iniciar a transposição de areias pelo sistema de “by-pass”.

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