Opinião: Sobre perceções

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Os últimos dias foram politicamente muito agitados em Portugal. É inegável. Todavia, quando se vive fora e, portanto, menos exposto à bátega informativa nacional, ganhamos em objetividade e distanciamento crítico. Existe claramente uma diferença na forma como se perceciona a realidade.
Rara a semana em que não ouço elogios a Portugal e aos portugueses. De todo o tipo: das qualidades gastronómicas à simpatia natural dos nativos, passando pelas competências no trabalho e, claro está, à qualidade de vida que, em geral, ainda se consegue ter no nosso país. Ainda bem que existe quem olha para Portugal para além da maledicência habitual. Isto, a final, tem uma tradução económica também: em fluxo turístico, mais negócios, mais empregos, mais riqueza.
Na mesma semana em que ficará para a história política pela alta tensão do jogo tático entre os inquilinos dos Palácios de Belém e São Bento, foram conhecidos os resultados económicos do primeiro trimestre do ano – ainda que tenham acabado por ser secundarizados – confirmando que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,5% no primeiro trimestre face ao mesmo período do ano passado e 1,6% em cadeia, o maior da zona euro. Não é coisa de somenos. Sobretudo se acrescentarmos uma redução da inflação e um aumento substancial das exportações.
A verdade é que, perante uma realidade macroeconómica que tem apresentado números acima das melhores expetativas, há inclusive especialistas internacionais – o caso de Daniel Kral, economista sénior da conceituada Oxford Economics – que reconhecem Portugal como o novo “miúdo maravilha” da economia europeia e que, segundo Kral, poderia ajudar a “desenhar um programa de ajustamento para a Alemanha, que está presa no limbo desde 2018”. Se pensa que existe exagero na avaliação deste economista, procure ver os detalhes do respetivo pensamento na rede “Twitter”, onde explicou “tintim por tintim” a sua tese.
Agora, é preciso traduzir todos estes números em vantagens concretas para a vida dos portugueses: na habitação, nas necessidades mais básicas, na saúde, no emprego. Se a realidade confirmar as perceções então teremos o assunto resolvido!

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