Opinião: Coimbra tem mais encanto

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Hoje não poderia ser outro o título! De igual modo, Coimbra não seria Coimbra se não houvesse quem nela criticasse os quatros concertos dos “Coldplay”. É uma espécie de fatalidade local!
Em Portugal, muitas outras cidades dariam “o dito” e cinco tostões para acolher este tipo de eventos. A meu ver, o problema está, sim, no facto destes acontecimentos sucederem apenas esporadicamente, sem uma estratégia de longo prazo. Os “Rolling Stones” em 2003, “U2” em 2010 e “Coldplay” em 2023 é manifestamente pouco. Dadas as características sociais, económicas e geográficas de Coimbra, em 20 anos, muitos outros eventos musicais e artísticos deveriam ali ter acontecido.
Destes quatro dias, para muitos inesquecíveis, como os casos do jovem pianista, que, com um cartaz, convenceu o Chris Martin a convidá-lo para o palco ou dos “5ª Punkada”, banda notável composta por jovens da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra; resultaram ganhos para a economia local e regional que valeria bem a pena quantificar e estudar. Para efeitos futuros.
Para já não falar da notoriedade que a cidade adquiriu em termos globais. Pequeno exemplo: só as principais redes sociais dos “Coldplay”, onde colocaram imagens e vídeos com referências aos concertos em Coimbra, têm quase cem milhões de seguidores. Para muitos foi com certeza a primeira vez que ouviram o nome da Lusa-Atenas. Se uma pequeníssima parte tiver desejo de visitar, morar ou estudar já estamos no lucro.
Destarte, o grande desafio – como em tantas outras coisas no nosso país – é trabalhar o dia seguinte. Dar continuidade e construir uma estratégia para fazer de Coimbra o grande palco artístico nacional. Em sentido amplo.
Aliás, se atentarmos (apenas) no potencial da indústria musical percebemos o tamanho da oportunidade. O mercado global de música gravada gerou receitas de 26,2 mil milhões de dólares em 2022, crescendo 9,0% face ao ano anterior. O crescimento em Portugal foi de 22%. Já a indústria global da música ao vivo gerou 26 mil milhões de dólares em 2022, esperando-se receitas superiores a 28 mil milhões este ano, superando os valores pré-pandemia.
Veremos, então, quantos anos mais para que Coimbra se volte a fazer notar no roteiro dos grandes acontecimentos mundiais. É que o encanto não dura sempre!..

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