Opinião: Coimbra cresceu e encantou

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Os Rolling Stones haviam estado em Coimbra em 2003, os U2 em 2010 (sete anos depois) e agora tivemos os Coldplay em 2023 ( 13 anos depois). A sede que a cidade de Coimbra tinha de um “abanão” manifestou-se ao abrir as portas a uma das bandas mais famosas do mundo, em quatro noites de espectáculos e um estádio sobrelotado com mais de 50.000 espectadores por noite. Coimbra colocou-se no centro das atenções nacionais e internacionais, Coimbra “reposicionou-se no mapa”, Coimbra encantou … mas tem de continuar a encantar com a esperança de uma mudança para o futuro, inimiga de factos acidentais ou esporádicos!…
A Organização esteve excepcional e, apesar de simultaneamente estar a decorrer a Queima das Fitas, evento que é uma “marca da cidade”, não houve perturbação na circulação e todos continuaram com as suas actividades normais. Assim, talvez aqueles que fizeram com que Coimbra fosse caminhando para a cauda das cidades portuguesas (tal “velho do Restelo”), aqueles que “não fazem nem deixam fazer”, aqueles que não têm ambição em reposicionar Coimbra, tenham percebido que não adianta agoirar maus presságios. Adianta, sim, ser ambicioso, corajoso e acreditar.
Muitos parabéns à Câmara Municipal de Coimbra, a quem, nas pessoas do seu Presidente, Professor José Manuel Silva, e do seu Vice-Presidente, Professor Francisco Veiga, peço que nunca percam o fôlego. Como disse, e nunca será demais repeti-lo, a mudança é inimiga do ocasional, do esporádico. É preciso ambição, coragem e acreditar.
Não me vou alongar em comentários que já outros fizeram, amplamente repetidos e sempre, sempre mesmo, com um “feedback” altamente positivo. Mas gostaria de salientar dois pontos:
Primeiro, a repercussão económica, não só no âmbito hoteleiro (os hotéis da Região, e não só os de Coimbra, estiveram completamente esgotados), mas também na restauração (houve restaurantes que estiveram abertos em contínuo desde o almoço até à noite) e no comércio em geral, tornaram bem visível como Coimbra pode ser um factor de atracção e investimento. Um casal da Galiza dizia na TV que conhecia Braga, Porto e Lisboa. E que nunca sonhara sequer como era Coimbra!
Segundo, a componente emocional pode ser também um factor de progresso. A alegria exuberante que transbordou durante quatro dias nas mais de cinquenta mil pessoas presentes em cada noite, o facto de Chris Martin aceitar ser acompanhado ao piano por um jovem anónimo que, no meio da multidão, exibia um cartaz a solicitá-lo, a prontidão com que concretizou o sonho dos cinco elementos da “5ª Punkada” (banda pop/rock da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra) repartindo com eles o seu palco durante algum tempo, o pronunciar palavras em português para agradecer ao público de Coimbra e surpreender com a Balada da Despedida, fizeram com que a emoção fosse cúmplice da música, do som e das cores.
Emoção cúmplice da música, do som e das cores que os Coldplay sublimaram ao abandonar o palco deixando, como despedida, uma mensagem num placard luminoso onde se lia “Believe in Love”.

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