A Critical Software celebra, por estes dias, o seu 25º aniversário. Fundada em Coimbra, em 1998, quando a NASA se tornou o seu primeiro cliente, a empresa especialista em soluções de software para o suporte de sistemas críticos nunca mais parou de crescer. Duas décadas e meia é muito tempo: o mundo mudou – e nada muda tão depressa como a tecnologia – e a Critical também. Cresceu, expandiu-se, abriu novos escritórios, explorou diferentes áreas de negócio. Mas o essencial é quase imutável: manteve-se inovadora e humana. No site da empresa lê-se uma frase definidora. “Há um sentido de propósito no coração daquilo que fazemos”. Este propósito mantém-se hoje, como há 25 anos. É isso que tem permitido à Critical envelhecer como poucas, sem nunca entardecer, virada para o dia de amanhã e tão cheia de passado como de futuro: um sentido de propósito.
Com aplicações tecnológicas no mundo inteiro, a Critical emprega mais de 2.500 pessoas em vários pontos do mundo e trabalha em áreas como a indústria automóvel, aeroespacial e aeronáutica, marítima e de defesa, energia, sistema financeiro, dispositivos médicos ou telecomunicações. A sua lista de clientes inclui, entre outros, a NASA, a ESA, a CNSA, a JAXA, a BMW, o Bank of New York ou a Deutsche Telekom. É das empresas nacionais mais bem-sucedidas, mas o sucesso nunca a fez perder o tal sentido de propósito. É público o envolvimento, desde o primeiro dia, com diversas causas sociais; as preocupações ambientais; o trabalho com escolas e universidades; a preocupação com a felicidade dos trabalhadores; o combate pela igualdade; o desejo de inclusão. Um desejo que a Critical tem tirado do papel, várias vezes, nos últimos 25 anos. Ainda no início deste mês a empresa abriu a terceira edição do seu Programa de Neurodiversidade, para profissionais com autismo, uma resposta à elevada taxa de desemprego entre autistas, que inclui formação e acompanhamento especializado e que, em menos de dois anos, já integrou 14 profissionais neurodiversos no grupo.
A Critical foi fundada, há duas décadas e meia, por três estudantes de doutoramento da Universidade de Coimbra – Diamantino Costa, João Carreira e Gonçalo Quadros – que decidiram aplicar no terreno o que estavam a aprender. Nessa altura, a tecnologia disponível ainda obrigava o utilizador a escolher entre aceder à internet ou usar o telefone. As Spice Girls ocupavam, então, o top das músicas mais ouvidas, tinha acabado de ser lançada a primeira PlayStation e as crianças brincavam com Tamagotchis. O mundo mudou muito e a Critical também. Um projeto desta dimensão deve-se, sempre, a muitas pessoas que se entregaram a ele de corpo e alma, mas como tenho a sorte de ser muito amiga do Gonçalo Quadros, para mim, por tudo o que conheço dele e o tanto que o admiro, ele sempre personificou o espírito da Critical. Da última vez que o encontrei falou-me, com a paixão do costume, do seu mais recente projeto, o TUMO, que reúne várias vontades e um sentido único: transformar o mundo através da Educação. Trata-se de um centro de tecnologias digitais e criativas – um conceito educativo inovador importado da Arménia, colaborativo, totalmente gratuito e complementar ao ensino formal – que pretende chegar, em Coimbra, a 1.500 jovens (entre os 12 e os 18 anos) com interesses, origens e contextos diferentes, para dotá-los com competências que fundem tecnologia e criatividade: modelação 3D, animação, desenvolvimento de jogos, programação, música, design gráfico, cinema e robótica. Este projeto é, acima de tudo, a forma que um conjunto de pessoas, empresas e organizações muito especiais, encontraram de devolver ao mundo e à sociedade o sucesso que têm tido. E é fácil perceber porque é que têm tido tanto sucesso – a fórmula é sempre a mesma: visão, cabeça e coração. Há pessoas e empresas que conseguem estar sempre a recomeçar, com o entusiasmo intocado do primeiro dia e raízes fundas num sentido de propósito. Que tenhamos um exemplo destes, aqui, à porta de casa é algo que me enche de orgulho. A Critical faz 25 anos e todos devemos celebrá-la.
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