Câmara de Soure coloca reservas a nova exploração avícola no concelho

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A Câmara de Soure discorda da proposta para uma nova exploração avícola, na Quinta da Corujeira, e alerta que a construção prejudicaria o património paisagístico do concelho.

“A pretensão poderá afetar negativamente o património paisagístico do município de Soure, pois expõe, em esquema de anfiteatro, toda a exploração avícola em zona de enquadramento florestal”, realça a autarquia, num parecer emitido no âmbito da consulta pública do “processo de licenciamento único ambiental”, a que a agência Lusa teve acesso.

A 11 de maio, último dia da consulta, a Câmara Municipal, presidida por Mário Jorge Nunes, comunicou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a sua posição sobre o projeto, que planeia criar seis postos de trabalho na fase de exploração, numa propriedade com uma área total próxima dos 706 mil metros quadrados.

Desta extensão de terreno, na freguesia e concelho de Soure, distrito de Coimbra, quase 15 mil metros quadrados “serão afetos à implantação de dois núcleos de produção avícola”, com cinco pavilhões cada, segundo o parecer.

No documento que a Lusa consultou, algumas das reservas do município ao empreendimento, tal como consta na proposta da empresa Meigal – Construção e Administração de Propriedades, resultam da “configuração topográfica do local onde se pretende implantar a exploração”.

A autarquia questiona um “agravamento da exposição da implantação através da criação de taludes”, bem como a “dimensão da frente edificada em contexto natural”.

Questionado pela Lusa, Mário Jorge Neves confirmou essas considerações e lembrou, por outro lado, que “o parecer emitido pelo município [em 24 de março de 2020] no âmbito do pedido de informação prévia já caducou”, pois tinha a validade de um ano.

Atualmente, explicou, “não se encontram válidos os pressupostos” da resposta a esse pedido de informação.

No documento remetido à APA, a autarquia alerta igualmente que “a proposta é omissa, nesta fase de consulta pública, em relação à previsão do fluxo automóvel, aos circuitos expectáveis e ao tipo de veículos associados a cada transporte”.

“No sopé da encosta da Corujeira, está implantado o caminho municipal 1119, um dos principais acessos à vila de Soure”, sublinha.

Mário Jorge Nunes manifestou “alguma preocupação” com o impacto do aumento previsível da circulação automóvel na rede viária municipal e na qualidade de vida dos cidadãos.

A instalação avícola, de acordo com a proposta, destina-se à postura de ovos de galinhas reprodutoras em regime intensivo, com uma capacidade de 80.360 lugares, para 72.324 galinhas e 8.036 galos.

A consulta pública decorreu ao longo de 20 dias úteis, de 12 de abril a 11 de maio.

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