Em Mortágua já se celebra o 25 de Abril. Hoje foi inaugurada a exposição de fotografia “Da Beira Alta a Timor, o destino da coragem”, no espaço Raízes e Memórias- Núcleo Museológico da Irmânia, na Marmeleira (Mortágua), com a presença de João Faria, comissário executivo Adjunto para as comemorações dos 50 anos do aniversário da revolução.
A defesa dos ideais da República e a luta pela Democracia, conduziram os irmãos Serafim Lopes Pereira e António Lopes Araújo, naturais da Marmeleira, concelho de Mortágua, à prisão e à deportação em Timor, sendo o seu primeiro destino a pequena ilha de Ataúro. Um castigo acrescido pelas condições adversas do clima e salubridade. Este acervo fotográfico da deportação em Timor, a preto e branco, revela uma das facetas repressivas da ditadura: a deportação
Esta exposição é um complemento de relevo do espaço Raízes e Memórias – Núcleo Museológico da Irmânia, com curadoria do médico João Paulo Almeida e Sousa, que apresenta uma exposição documental permanente alusiva à realidade vivida na Marmeleira na primeira metade do séc. XX, com uma matriz comum de combate pelos ideais da República, da Liberdade e da Democracia.
“O legado fotográfico que os irmãos Lopes Pereira deixaram é invulgar. A sua visão de documentar e deixar para a História, o que a História esqueceu, denota uma enorme consciência cívica de quem queria mostrar o que lá tão longe ninguém via, e a ditadura nacional escondia”, lê-se numa nota de apresentação da exposição, que estará patente até 5 de outubro.
Hoje, o Centro de Animação Cultural de Mortágua acolheu também a conferência “Tanto raio sobre a mesma cabeça não consta que tenha havido em Portugal: Tomás da Fonseca, um campeão dos livros censurados”, com o orador Luís Filipe Torgal.