Turismo para todos! (II)

Posted by
Spread the love

No texto anterior abordei este conceito, se calhar ainda não muito familiar para alguns, tendo então prometido que só nesta segunda parte concluiria esta que é, ainda assim, uma abordagem muito inicial a este tema (ver Diário As Beiras, 13.02.2023 ). Recordando: a expressão que aqui utilizo, Turismo para Todos, pretende dar a conhecer o conceito de Turismo Acessível, ou seja, uma atividade turística inclusiva livre de barreiras arquitetónicas e comunicacionais, principalmente estas, permitindo que qualquer cidadão, mesmo o mais afetado por incapacidades motoras, sensoriais ou intelectuais, permanentes ou temporárias, possa beneficiar dos melhores momentos de lazer… e felicidade!
Para o efeito, um outro conceito que importa abordar aqui é o do Design Universal, área interessantíssima da arquitetura e engenharia que permite o desenho de estruturas, equipamentos ou produtos que possam ser utilizados e usufruídos por todas as pessoas, independentemente das suas condições físicas e/ou intelectuais. Hoje há soluções para tudo, ou quase tudo, a que a evolução tecnológica e o digital vieram dar um impulso impressionante, conseguindo-se resultados não só eficazes como também esteticamente admiráveis (esqueça-se as casas de banho adaptadas tradicionais ou as rampas exclusivas para deficientes motores).
Passando para a questão do serviço de pessoas para pessoas, tão marcante nas atividades turísticas e hoteleiras, existe uma outra dimensão fundamental nesta temática da inclusão que é a forma de atender, ou melhor, acolher todo o tipo de turistas e clientes. Como se pode prestar o melhor serviço a cidadãos que apresentam algum tipo de limitação na sua mobilidade e formas de comunicação, estejam sozinhos (e muitos estão, pois viajam de forma autónoma) ou acompanhados? Há, de facto, formas adequadas de o fazer, tecnicamente específicas até, seja numa receção, num bar, numa sala de restaurante, na arrumação e limpeza de um quarto, numa visita guiada, na monitorização de uma atividade outdoor, de tal forma que nas Escolas de Hotelaria e Turismo os planos curriculares de alguns cursos já incluem o módulo de Turismo Acessível. E agora tínhamos assunto para uns quantos parágrafos mais. Por hoje já não há mais tempo e espaço. Termino então, simbolicamente (e tantos simbolismos societais há neste tema…), com aquela que é a forma como devemos iniciar aquele acolhimento aos clientes especiais que considerei nestes dois textos. No Turismo Acessível, na preparação dos nossos alunos e formandos, começamos, desde logo, por sensibilizar e desmistificar. Dizemos que o primeiro passo para este serviço é tão simples como isto: “Como posso ajudar?”. Afinal, a forma como devemos iniciar o atendimento a todo e qualquer cliente que procura o nosso apoio ou serviço, não é verdade? Depois sim, depois vem o resto, para dignificar o Turismo que queremos no nosso país. Acima de tudo, Melhor Turismo.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.