Terceiro bastonário da região Centro em três décadas toma hoje posse

O grande objetivo do novo bastonário da Ordem dos Médicos é contribuir para responder aos desafios do Serviço Nacional de Saúde, plasmados no Novo Relatório sobre a Carreira Médica em Portugal.
O documento, divulgado no final de fevereiro, é determinante para compreender a situação vivida pela profissão médica, no âmbito do sistema de saúde, no seu todo, e do Serviço Nacional de Saúde, em particular. Em causa, como se lê no texto, o rol de fatores críticos para a capacidade de resposta integrada às necessidades em saúde dos cidadãos residentes em Portugal.
São oito os desafios elencados no relatório (ver à parte). Sobre cada um deles, a Ordem dos Médicos identifica causas, alerta para riscos e adianta soluções.
Sobre os problemática dos custos, o relatório reclama “soluções internas e externas, com base na cooperação nacional e internacional, que possam minimizar o seu impacto”, sem colocar em causa a qualidade dos cuidados prestados aos cidadãos.

Demografia requer novo instituto público

Já no que respeita à demografia, a Ordem dos Médicos recomenda uma relação de proximidade entre a Saúde e a Segurança Social e defende qa criação de um instituto público nacional, devidamente financiado e independente, para a promoção da saúde, a prevenção da doença e a educação e literacia em saúde e utilização correta do sistema de saúde”.
Quanto à qualidade, em tempo, dos cuidados de saúde, a Ordem lamenta o bloqueio dos últimos anos e pede “cooperação efetiva, regulada e devidamente fiscalizada, entre o setor público e os setores privado e social”.
Sobre a prática clínica, a Ordem defende a normalização de processos e procedimentos. Em paralelo, reclama a introdução do processo clínico único, garantindo acesso alargado à informação, incluindo exames complementares de diagnóstico e terapêutica – o que continua a não ser uma realidade.

Em defesa da gestão por médicos

Sobre a gestão, a Ordem lembra que “já existe evidência científica suficiente que mostra de forma clara que os resultados da gestão de topo protagonizada por médicos, com competência específica na área da gestão, são em média superiores aqueles que dependem exclusivamente dos administradores de carreira”.
Para combater o desperdício, o relatório apela à minimização da medicina defensiva, que considera um “problema grave em muitos sistemas de saúde, que resultam numa ineficiência significativa no que diz respeito à qualidade da gestão e dos cuidados de saúde”.
Por último, a Ordem apela à adoção da inovação terapêutica e tecnológica no SNS, para evitar que muitos médicos optem pelo privado, onde o acesso a investigação e inovação é reconhecido como uma prioridade.

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