DB/Foto de Ana Catarina Ferreira
“Revolution (título provisório)” é o nome definitivo da mais recente criação do Teatrão. E desta feita a companhia, junta-se a mais três para criar uma peça sobre o que mudou desde o 25 de abril de 1974 e se o que mudou foi suficiente ou necessitamos de uma nova revolução.
De acordo com Gonçalo Guerreiro, encenador e dramaturgo, o projeto Revolution pretende celebrar o 50.º aniversário da revolução dos cravos, mas “a democracia está mal”, conclui. E assim sendo, este ano a comemoração inclui “pôr em cena o resultado da revolução e das democracias atuais”. Mas neste espetáculo “o texto não é convocado para assumir funções narrativas” , esclarece. “É uma peça muito plástica, muito musicada e em escala”.
“Revolution (título provisório)” é uma cocriação da ASTA Teatro (da Covilhã), da Baal 177 (de Serpa), da d’Orfeu (Águeda) e do Teatrão (Coimbra). Ao todo, em palco, vão estar 16 atores de quatro companhias, “o que fez com que tivéssemos de agilizar os ensaios”, revela o encenador. Sendo que “todos acabam por cantar”.
Quatro dos atores são também músicos, pelo que o acompanhamento das vozes é feita por um trombone, um ukelele, um acordeão e um saxofone.
Método de criação da peça
O texto original é de Tiago Alves Costa e é fortemente sustentado no pensamento do filósofo basco Daniel Inneraty.
Quanto ao processo de encenação, segundo Gonçalo Guerreiro, numa fase inicial, a ideia foi tirar partido do método experimental. “Nós tínhamos vários textos e estes foram sendo combinados entre si”, revela.
De seguida, durante os ensaios, o texto foi sendo testado. Foi também com a ajuda dos atores que a peça se foi compondo. “É um trabalho coletivo, que segue uma lógica intuitiva e recorre ao método de collage essencialmente”.
O tema do espetáculo, por sua vez, começou a ser desenvolvido em 2020, no primeiro encontro. E foi, a partir daí que a peça ganhou corpo.
“Revolution (título provisório” sobe a palco a 21 de abril, em Serpa e chega a Coimbra à Oficina Municipal do Teatro no dia 28 de maio.
