Em 2015, foi lançado o plano de desinvestimento da Petrobras, que tinha como finalidade a redução da dívida da empresa e maximização dos recursos de investidores.
Plano de desinvestimento, tinha como estratégia a venda de ativos de menor rentabilidade, para que a empresa pudesse focar nos reservatórios de campos de águas profundas, que se apresentam como polos de elevada produtividade.
De entre os ativos colocados à venda pela empresa, encontram-se os poços de petróleo em terra, redes de transporte de petróleo e gás, e refinarias. Comumente, estes ativos estão localizados em diferentes regiões do país, mas com uma maior incidência nos estados nordestinos da Bahia e Rio Grande do Norte.
Neste contexto surgiram as chamadas junior oils, empresas de índole privada responsáveis pela aquisição dos ativos terrestres, que se dedicam à exploração e modernização de campos maduros. A sua extrema agilidade e elevada competitividade permitem aumento significativo de índices de produtividade, dinamizando grandemente toda a cadeia de fornecimento ao seu redor. Empresas produtoras independentes desempenham um papel social relevante para as regiões carenciadas, através da criação de postos de emprego (estima-se que esse valor seja superior a 300 mil), desenvolvimento econômico, renovação e criação infraestrutura de básica dos municípios, para além de ações diversas de ESG ao abrigo de seus planos de responsabilidade social.
Recentemente, a Petrobrás foi notificada pelo Ministério de Minas Energia para suspender a venda e alienação de ativos por 90 dias, criando um clima de cepticismo e incerteza junto dos stakeholders, colocando em risco investimentos planejados de até R$ 40bi projetado pelas junior oils. Ainda que seja clara a vontade expressa do presidente Lula em assumir total controle das operações e resguardar a venda de ativos terrestres, parece por demais evidente que devido a sua característica, jamais campos terrestres deverão ser explorados pela gigante estatal brasileira.