Opinião: Credit Suisse

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Hoje, assim como em 2008, as palavras do ex-governador do Banco de Inglaterra, Mervin King, são mais atuais do que nunca: “os tempos em que a política monetária e os bancos centrais eram temas aborrecidos para a opinião pública acabaram”. O governo federal suíço e o banco central decidiram resgatar o Credit Suisse e garantir a liquidez necessária para estabilizar seu valor na janela rápida de resolução do banco, seguindo a receita que foi aplicada ao UBS em 2008. Enquanto escrevo este artigo, as negociações lideradas pelo Banco Central Suíço e o supervisor do mercado financeiro (Finma) estão em andamento para resolver o banco. O objetivo é que a nova posição do Credit Suisse (CS) esteja definida com garantias de estabilidade antes da abertura dos mercados na segunda-feira, evitando um colapso total na confiança e no valor do banco e, consequentemente, no sistema financeiro suíço. Entre as opções de aquisição total em discussão, o plano A parece ser a fusão do CS com o maior banco suíço, o UBS. O UBS tem atualmente cerca de 1.1 tri CHF de ativos no seu balanço enquanto o CS regista 575 bi CHF. No entanto, esta fusão pode não ser viável, já que criaria uma das maiores e mais importantes instituições financeiras da Europa. Outra opção é a divisão do banco, com a unidade de gestão de ativos e patrimônio sendo vendida ao UBS e a “divisão suíça” sendo adquirida por meio de fundos públicos. Possivelmente, a esta hora, já sabemos o desfecho desta maratona de negociações que ocorreu durante o fim de semana. Este é o palco principal para entender os próximos episódios deste relapso da crise de 2008 no sistema financeiro global. Ao contrário dos EUA, onde o Fed americano não salvou os bancos, apenas garantiu os depósitos dos clientes, tudo indica que a receita a seguir pelo banco central suíço para salvar o CS será semelhante à aplicada ao UBS em 2008 e que agora se revelou essencial. Em 2022 o UBS gerou um lucro de 7.6 Bi CHF enquanto o CS registou uma perda de 7,9 Bi CHF.

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