Novo bastonário faz “balanço preocupante” da saúde e critica “navegação à vista” no SNS

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DB/Foto de Pedro Ramos

O novo bastonário da Ordem dos Médicos fez ontem um “balanço preocupante” da saúde em Portugal, com a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) assente numas urgências “em dificuldades” e com uma gestão de “navegação à vista”.
“O SNS afunda-se sob um sistema que assenta grande parte da sua resposta num serviço de urgência hospitalar em dificuldades, desvalorizando o papel indispensável dos cuidados de saúde primários, da prevenção da doença, da promoção e da literacia em saúde”, afirmou Carlos Cortes na sua tomada de posse.
Na sua intervenção, o substituto de Miguel Guimarães à frente da Ordem dos Médicos (OM) salientou que a realidade do setor da saúde evidencia um “balanço preocupante”, em que as “intervenções eufémicas repetidas já não conseguem esconder o que está aos olhos de todos, sobretudo dos médicos e dos doentes”.
O novo bastonário, eleito a 16 de fevereiro na segunda volta disputada com Rui Nunes, citou dados que colocam Portugal, no âmbito da OCDE, “destacadíssimo no primeiro lugar” na utilização das urgências hospitalares.
“Cada vez mais, a necessidade de ter cuidados de saúde em Portugal – independentemente da sua gravidade e natureza – afunila nos serviços de urgência abertos 24 horas por dia, por falta de alternativas viáveis”, alertou o patologista clínico, para quem “nenhum país do mundo resiste a este grau de ‘urgencialização’ de todo o sistema de saúde”.
Segundo disse, as listas de espera para cirurgia e consultas “crescem exponencialmente na medida do tempo”, por insuficiência de recursos humanos, mas também por falta de salas de bloco operatório ou de gabinetes de consulta.

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