José Daniel Abrunheiro, figura de proa das artes plásticas em Coimbra, morreu na tarde de domingo aos 74 anos.
“Pintor, poeta e cantor, ou fazedor de coisas lindas com as duas mãos e não só”. Assim se definia José Daniel Abrunheiro no perfil do blogue pessoal (http://umbilicativo.blogspot.com/) que alimentou, entre abril de 2006 e maio de 2010.
Nascido em Coimbra, a 4 de outubro de 1948, José Daniel Abrunheiro foi um artista polifacetado. O destaque foi para a pintura, em que se iniciou logo no início da década de 1970 para desenvolver uma carreira profissional de reconhecimento local e nacional.
Em 1999, a Casa Municipal da Cultura de Coimbra foi palco de uma exposição retrospetiva, no âmbito dos 25 anos da sua obra artística. A sua obra esteve, entretanto, representada em centenas de exposições de pintura, individuais e coletivas. Nas palavras do seu irmão, Daniel, exímio prosador com vários livros publicados, José Daniel “vendeu sempre” os quadros que não queria, “guardando os seus preferidos”, que se encontram, ainda, na sua casa de família.
Antes da pintura, José Daniel Abrunheiro especializou-se na conceção e criação gráfica, tendo trabalhado 18 anos para as Fábricas Triunfo. Mais tarde, viria ainda a ser contratado pela já extinta Poceram. Foi também autor das capas e orientação gráfica de diversas publicações da primeira série da Revista Vértice. Ainda no âmbito do desenho gráfico, destaque para os trabalhos que realizou para ilustrar as capas de livros de António Arnaut.
Retratista de talento, foi o autor, por exemplo, dos retratos a óleo dos reitores da Universidade Rui de Alarcão e Fernando Rebelo e também de, pelo menos, um bispo de Coimbra.
Nos últimos anos, dedicou-se a pintar dezenas de poetas portugueses – uma temática que aliava a pintura à poesia e que acabou por ver interrompida pela doença, há cerca de três anos.
Casado com Cristina Varandas, era pai de José Daniel. O funeral de José Daniel Abrunheiro realiza-se na manhã desta terça-feira, 7 de março de 2023, no Crematório de Taveiro.
