Em declarações recentes aos jornalistas, Santana Lopes voltou a falar em eleições autárquicas intercalares, ao afirmar que, para ele, este assunto não está encerrado. Isto a propósito do que dissera, momentos antes, na reunião de câmara, indagando se fosse o seu movimento independente FAP a substituir toda a vereação, como fez o PS, que aconteceria. O principal partido da oposição está preparado para “todas as lutas”.
Se o PS tem uma vereação constituída por vereadores que substituíram os autarcas do partido diretamente eleitos, já o PSD viu o seu cabeça de lista e único vereador eleito, Pedro Machado, renunciar ao mandato, tendo sido substituído por Ricardo Silva. Perante esta conjuntura, o presidente da câmara tem deixado subentender que as eleições intercalares clarificariam a balança política.
Até agora, não houve uma crise política grave que obstaculizasse a gestão autárquica do executivo camarário minoritário da FAP. Mas a conjuntura política, na qual deve incluir-se a maioria absoluta do PS na Assembleia Municipal, tem obrigado Santana Lopes a concertar com a oposição os dossiês mais relevantes, incluindo o Orçamento do Município, condicionando-lhe o ritmo de trabalho que gosta de incutir na gestão autárquica.
Sondagem deverá influenciar decisão
À medida que o tempo avança em direção a 2025 (ano das próximas eleições autárquicas), a temperatura política tende a subir. Por isso, Santana Lopes (ainda) não afastou o cenário de eleições intercalares, sustentando que contribuiriam para a “clarificação da situação”. Entretanto, o resultado de uma sondagem encomendada pela FAP deverá clarificar a posição do autarca sobre a possibilidade de os figueirenses poderem vir a ser chamados a votar antes do fim do mandato.
Os socialistas garantem que não se deixam assustar pelo fantasma das eleições intercalares. Indagada sobre se o PS está preparado para aquele hipotético cenário, a presidente da Concelhia, Raquel Ferreira, não hesitou na resposta. “O PS, como grande partido que é, está sempre preparado para todas as lutas que surgirem”, garantiu.
“Se o doutor Pedro Santana Lopes entender que há razões para fazer as eleições intercalares, que eu acho que não há, o PS está aqui para dar a sua resposta”, acrescentou Raquel Ferreira. E já tem candidato? “Não poderei dizer que não há nomes em cima da mesa, mas não os posso adiantar. [Isto] perspetivando as eleições de 2025, mas, se tiver de ser antes, também cá estaremos”, concluiu a dirigente socialista.
