O Município da Figueira da Foz e a Avesta Battery & Energy Engineering assinaram, ontem, um memorando de entendimento para a instalação de um centro de inovação e desenvolvimento de células de baterias de estado sólido num lote de 17 mil metros quadrados da Zona Industrial da Figueira da Foz. As baterias destinam-se à indústria automóvel.
Segundo o presidente do conselho de administração da empresa belga, Noshin Omar, aquele será o primeiro centro de inovação e desenvolvimento da Avesta Battery & Energy Engineering na Europa, que já tem atividade na Bélgica, Macedónia, Turquia e Roménia. Representará um investimento inicial de 70 milhões de euros, de um total previsto de 1800 milhões de euros, adiantou o empresário.
O centro de inovação e desenvolvimento, com a designação GigaPort, gerará 200 postos de trabalho diretos na primeira fase, sobretudo na área da engenharia, perspetivando-se que evolua para os dois milhares, diretos e indiretos. Noshin Omar revelou que, não obstante reconhecer que “o prazo é curto”, a atividade deverá ser iniciada em 2025.
Zona Industrial em expansão
Noshin Omar frisou que a escolha recaiu na Figueira da Foz pela sua localização, por ter boas acessibilidades, incluindo marítimas, e por estar perto da Universidade de Coimbra e dos centros de conhecimento do Porto e de Lisboa. E, também, por ser um concelho procurado para a instalação de plataformas de produção de energia verde.
O anunciado centro de investigação será instalado na área de expansão da Zona Industrial da Figueira da Foz, situada na margem Sul do concelho. A empreitara do parque empresarial, em curso, que consiste na infraestruturação, deverá ficar concluída até ao final do ano. Assim sendo, as obras da Avesta Battery & Energy Engineering poderão arrancar no início de 2024.
Centro nacional da transição energética
O presidente da Câmara da Figueira da Foz e anfitrião, Santana Lopes, por seu lado, destacou que se está a verificar “um afluxo muito considerável de investimentos e projetos no concelho da Figueira da Foz” para a área das energias renováveis.
“Toda a Figueira da Foz está a transformar-se num centro de novas tecnologias”, frisou o autarca. Santana Lopes está a trabalhar nesse sentido, envolvendo centros de conhecimento, incluindo a Universidade de Coimbra. “A Figueira da Foz está a ser o centro do investimento na transição energética em Portugal”, enfatizou ainda.
As acessibilidades são boas, corroborou Santana Lopes. Sem embargo, ressalvou que o porto comercial “precisa de melhorias [que estão previstas], a ferrovia precisa de uma enorme melhoria” e o processo do futuro aeródromo já levantou voo.