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Cartas e postais escritos por Zeca Afonso, entre os anos de 1962 e 1970, para o jornalista Rocha Pato, vão ser doados pelo filho – o médico Rui Pato – à Câmara Municipal de Coimbra. A correspondência reflete “um período de vida do artista, desde o início das suas baladas até às gravações dos seus primeiros álbuns para a editora Orfeu, passando ainda pelos anos que viveu em Moçambique”.
De acordo com a autarquia, este espólio – um conjunto de 30 cartas e 19 postais – vai ficar a cargo da Biblioteca Municipal de Coimbra e, após o devido tratamento técnico, será disponibilizado para consulta dos munícipes. A proposta de aceitação é votada hoje na reunião do executivo camarário.
Nas redes sociais, Rui Pato escreveu que “este seria o melhor destino a dar às cartas de José Afonso” para o pai. “Não quis correr o risco de elas virem a acabar nas mãos de um qualquer alfarrabista, ou nas de algum negociante”, justificou.
“As cartas ficam, assim, definitivamente disponíveis no sítio certo, a Biblioteca Municipal de Coimbra, a primeira cidade do Zeca, onde qualquer cidadão curioso ou estudioso as poderá ler e conhecer o José Afonso “antes do mito””, acrescentou o guitarrista.
José Afonso (1929-1987), figura cimeira da música portuguesa, com especial incidência na Canção de Coimbra, da qual foi intérprete e autor consagrado a partir dos anos 50 do século XX, trocou, ao longo da sua vida, correspondência com diversas figuras, nomeadamente Rocha Pato, pai de Rui Pato, que começou aos 16 anos a tocar com o “Zeca” no disco “Baladas de Coimbra”, que inclui canções como “Menino de Oiro”, “Tenho Barcos, Tenho Remos”, “No Lago Do Breu” e “Senhor Poeta”.