Recuperado de um cancro após diversos tratamentos e duas cirurgias – em março de 2022 e janeiro de 2023 – Vítor Andrade Costa, de 75 anos, é um dos sobreviventes de cancro que participou, no passado sábado, numa iniciativa da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF) da Universidade de Coimbra (UC) pela “promoção de atividade física semanal”.
Paula Tavares, coordenadora do projeto, explicou ao DIÁRIO AS BEIRAS que a prática desportiva é muito importante para os doentes oncológicos e para os que sobreviveram à doença. A iniciativa contou com a colaboração de 27 estudantes do mestrado de Exercício Físico e Saúde da FCDEF, dos ramos de Fisiologia do Exercício e de Necessidades Educativas Especiais.
O projeto decorre durante ano e meio, até dezembro deste ano, mas deverá ser prolongado, com 14 instituições parceiras de seis países europeus, sob coordenação da UC .
Esta atividade foi o pontapé de saída para a realização de “um futuro programa desportivo semanal gratuito para jovens sobreviventes de cancro”. Decorreu no âmbito do projeto europeu “Outdoor Against Cancer Connects Us”, “que pretende apoiar jovens sobreviventes de cancro através da criação de ferramentas para a promoção de um estilo de vida saudável e quebrar o estigma associado a sobreviventes da doença”.
Foi o Estádio Universitário de Coimbra que acolheu a iniciativa “FCDEF Com Vida”, que juntou doentes e sobreviventes de cancro, seus familiares e amigos, “para experienciarem várias modalidades desportivas”.
Amigas e voluntárias
Anabela Eusébio e Catarina Cardoso, ambas bibliotecárias, participaram na iniciativa porque, não sendo doentes, quiseram “dar um contributo no combate a uma doença que afeta muita gente, incluindo amigos e familiares”.
Teresa Branquinho foi outra das participantes, também como voluntária, promovendo uma sessão de risoterapia, a que Vítor Andrade Costa aderiu com gosto.
Afirmando-se curado de um cancro no reto, explicou que, no momento em que recebeu a notícia de que estava doente, reagiu “com passividade, mas quando fui para casa, sozinho, fechei a porta e não parei de chorar”. No dia seguinte, afirma, partiu para “a luta contra o cancro, que era um tumor localizado e foi possível remover”. Afirma que, antes, como agora, sempre teve uma alimentação saudável e não tem antecedentes deste tipo de cancro na família. Deixa, todavia, um alerta. “Em caso de sintomas, não se pode deixar andar”, penitenciando-se por ter chegado aos 72 anos sem nunca ter feito uma colonoscopia.