A direção da Académica/Organismo Autónomo de Futebol veio ontem a público prestar declarações sobre a penhora das contas.
Nota afirma que, “no dia 8 de junho de 2022, após o ato eleitoral, a direção da AAC/OAF reuniu com os membros da direção cessante tendo solicitado toda a informação sobre os processos judiciais e não judiciais em curso que envolvessem a AAC/OAF e/ou a AAC/OAF SDUQ” e que “nessa reunião, o vice-presidente cessante e responsável pelo departamento jurídico da AAC/OAF, Dr. Afonso Pedrosa, comprometeu-se em facultar toda a informação relativa aos processos judiciais ou não judiciais. O que não sucedeu”.
Segundo o clube, sucederam-se tentativas de esclarecimentos e “quando foi confrontada com o processo de execução fiscal resultante da Sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra [a direção da AAC/OAF] solicitou, de imediato, a consulta do processo”.
O comunicado esclarece que Afonso Pedrosa “era o advogado da AAC/OAF no processo” e que este “foi notificado, a 2 de dezembro de 2022, pelo tribunal da sentença que considerou improcedente a impugnação da AAC/OAF” e, sobre isto “não deu conhecimento à AAC/OAF”.
“A sentença já tinha transitado em julgado pelo que não pôde ser apresentado recurso da mesma”, diz a direção.
Afonso Pedrosa responde
Ao DIÁRIO AS BEIRAS, Afonso Pedrosa refutou “veementemente”.
“Sempre prestei a informação necessária para que a AAC-OAF exercesse os seus direitos”, diz.
“Em julho de 2022 elaborei, assinei e enviei documento para ser apresentado em todos os processos em que a AAC/OAF e AAC/OAF, SDUQ, Lda. eram intervenientes”, justifica. Ainda assim, admite que “a direção da AAC/OAF entendeu dar entrada desse documento apenas em alguns processos, porventura naqueles que considerou importantes. Por exemplo (…) não considerou importante juntar tal documento no processo do BMG ou nos processos fiscais, ou seja, em processos em que poderiam advir responsabilidades para a OAF e/ou SDUQ”.
“Lamento as declarações e o comunicado, uma vez que sempre prestei toda a colaboração à atual direção. Depois da tomada de posse, face à inércia na indicação de novo mandatário, foi-me solicitado que continuasse a assegurar o patrocínio em alguns processos que tinham diligências marcadas, o que fiz, com total sentido de responsabilidade e de colaboração”, acrescenta Afonso Pedrosa.
O ex-dirigente acrescenta ainda que essa colaboração “se estendeu a assuntos não judiciais”, tendo-lhe “sido solicitado por pessoa reconhecidamente ligada à atual direção, apoio nos contactos com a representante de um potencial investidor”, o que fez.