Santana Lopes: “Não sei que resultado vai ter esta história do Paço de Maiorca”

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Arquivo/Foto de Pedro Agostinho Cruz

A história recente do Paço de Maiorca começou com a compra, pelo Município da Figueira da Foz, no primeiro mandato de Santana Lopes. Entretanto, cerca de 20 anos e três presidentes de câmara depois, o autarca retoma um processo cheio de controvérsia.
Em 2022, o município teve de pagar mais de cinco milhões de euros aos credores das obras inacabadas. Por sua vez, o Fisco reclama o pagamento de um milhão de euros de IVA, o que poderá dificultar a alienação do imóvel histórico municipal.
O BPI admite levantar a hipoteca se o município pagar o montante reclamado pelo Fisco ou se assumir uma garantia bancária de igual valor. “Oxalá apareçam interessados, mas é difícil. Estamos a fazer o processo da hasta pública”, disse Santana Lopes aos jornalistas, à margem da reunião de câmara.
“Vou pedir um milhão de euros [à banca]? Não posso vender o Paço de Maiorca com um ónus encima, porque lhe retira valor”, defendeu o presidente da Câmara da Figueira da Foz. “Não sei que resultado vai ter esta história do Paço de Maiorca”, afirmou.
Este, porém, não é o único dossiê “embrulhado” herdado. “As pessoas olham para o lado, assobiam, disfarçam, fingem que não ouvem, mas é paços de Maiorca, portos, shots [de areia], golfes… É tanto assunto que eu encontro assim… Sinceramente, é muito pesado”, anotou Santana Lopes.

“Muita gente” não fez o trabalho de casa

Indagado sobre se, nos anteriores mandatos autárquicos, alguém não fez o trabalho de casa, Santana Lopes respondeu: “Muita gente”. E avançou para uma “confissão pessoal”, afirmando: “É muito pesado, isto, porque eu posso fazer de conta que posso ser presidente da câmara de outra maneira, mas não consigo. Não estou a dizer que sou melhor ou pior do que os outros, estou a dizer que a minha maneira de trabalhar é outra”.
O autarca acrescentou que herdou “uma data de dossiês embrulhados”. Perante a pergunta se foram perdidas oportunidades, disse que sim. “Estamos a trabalhar para tentar recuperar”, ressalvou.
“O que me importa é resolver, por exemplo, o problema do porto, com desassoreamento total, incluindo até ao rio. Importa-me resolver a questão do aeródromo, das zonas industriais. Quando digo que quero financiamento, é para estes projetos e para o novo edifício da Universidade de Coimbra. Tudo isto pode custar milhões de euros”, sustentou.

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