O Professor Doutor Amílcar Falcão vai continuar a ser o Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra.
Ao contrário do que sucedeu há 4 anos, em que concorreram mais três candidatos ao lugar, desta vez só ele avançou. E tal circunstância é, por si só, bem significativa, pois parece revelar um generalizado reconhecimento de que o Reitorado foi exercido com mérito.
Claro que poderá ter havido decisões que não recolherem a unanimidade dos que por elas foram abrangidos, tal como algumas tomadas de posição que não tiveram o apoio de toda a comunidade universitária.
Mas o contrário é que seria preocupante, pois a Universidade, mais do que qualquer outra instituição, deve ser plural e assumir-se polícroma – e não apenas nas cores que simbolizam as suas Faculdades…
Justo é também destacar a qualidade da equipa com que o Reitor soube rodear-se, desde os Vice-Reitores e Pró-Reitores pelos quais distribuiu os diversos pelouros, até aos assessores e restantes funcionários. Com todos eles, a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra tem mantido relações muito cordiais. E de todos tem recebido simpatia e boa vontade.
(Uma menção especial para o Vice-Reitor João Nuno Calvão da Silva, porque é dele o pelouro dos Antigos Estudantes, bem como das Relações Internacionais, que tem desempenhado com um entusiasmo contagiante e uma disponibilidade insuperável – razão pela qual a AAEC o distinguiu como seu Sócio Honorário. Gostaríamos muito de que ele continuasse a exercer as mesmas funções nos próximos quatro anos!).
A equipa liderada por Amílcar Falcão teve de enfrentar enormes dificuldades durante o mandato que agora cessa. A maior delas foi a Covid-19, que fez parar o País (e quase todo o Mundo). Quando muitos escolheram o caminho mais fácil, que seria o encerramento, a Universidade de Coimbra, com grande esforço e criatividade, conseguiu ir gerindo a crise de forma exemplar, assim tornando menos gravosas as inevitáveis consequências desta terrível pandemia.
E quando os efeitos da pandemia estavam, finalmente, a desvanecer-se, eis que rebentou a guerra na Ucrânia, com as graves ondas de choque económicas e sociais que todos estamos a sentir no quotidiano.
Apesar de tudo isto, a Universidade de Coimbra tem conseguido manter o rumo e o prestígio – o que é bem evidenciado, por exemplo, pelo elevado número de estudantes estrangeiros que nela se matriculam, provenientes de dezenas de países de todos os Continentes.
Nas considerações finais do Programa de Acção que apresentou à comunidade universitária, afirma Amílcar Falcão:
“Quem se candidata ao cargo de Reitor da Universidade de Coimbra deve estar consciente de que se trata do exercício de uma função bastante solitária e tremendamente exigente (…) Ter de tomar decisões complexas durante dias, semanas e meses a fio, transforma o cargo num exercício emocional e físico extremamente desgastante. Obviamente que a pandemia e a guerra agudizaram muito a situação, pelo que desejo poder ter a oportunidade de liderar a UC num ambiente mais desanuviado do que aquele com o qual me tive de confrontar durante a maior parte do meu primeiro mandato”.
Esperando que assim aconteça, faço votos de que, nos próximo quatro anos, este Falcão possa voar com a energia e a apurada visão de futuro que o caracterizam, para bem da Universidade, da Região de Coimbra e do próprio País que dela colhe os frutos!