Faculdade de Farmácia alerta para falta de docentes

O diretor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra alertou ontem para o esforço acrescido a que a instituição está sujeita devido à falta de docentes.
Fernando Ramos, que intervinha na cerimónia que assinalou o Dia da Faculdade, aproveitou a presença do reitor da UC para lembrar que existem 59 professores no quadro permanente para 1.683 estudantes.
O reforço do corpo docente e técnico é “urgente”, de acordo com o diretor, que defende a necessidade de “reforçar e rejuvenescer, em quantidade e em qualidade”. Garantindo que “não haverá um recurso da UC que deixe de funcionar por falta de pessoas”, o reitor Amílcar Falcão disse que, até ao final da década, a instituição universitária vai perder mais de 300 docentes (devido ao limite da idade da reforma). Ou seja, um terço dos existentes. Por isso – alertou – “as contratações têm que ser seletivas e a UC tem que saber contratar bem”.
Por isso – advertiu – “as faculdades têm que saber olhar para dento de si e para o futuro”.
Mais: a mudança dos tempos, com o desenvolvimento científico e tecnológico fará com que seja necessário redefinir a missão da UC, sobretudo num dos seus pilares – a investigação.
Sobre esta área em particular, o diretor da FFUC aproveitou para lembrar que a Universidade de Coimbra tem 55 cientistas na lista “World’s Top 2% Scientists 2022” divulgada pelo grupo editorial Elsevier. “Mas enquanto diretor é uma honra poder dizer que desses 55, nove são professores na Faculdade de Farmácia”, frisou.
Porém, o “melhor indicador” de 2022, foi o facto de a FFUC ter tido mais quatro candidatos por cada vaga de acesso – não sendo, por isso, de estranhar que todas as vagas tenham ficado preenchidas logo na primeira fase do concurso nacional.
“Os candidatos e os pais sabem que um curso na FFUC é sinal de futuro e de empregabilidade”, salientou.
O responsável anunciou também que a A3ES acreditou dois novos mestrados (Avaliação de Tecnologias da Saúde e Acesso de Medicamentos ao Mercado e em Medicamentos e Suplementos Alimentares à Base de Plantas) e três novas especialidades de doutoramento (Nutrição e Química dos Alimentos, Química Analítica e Bioanalítica e Assuntos Regulamentares).
A sessão solene ficou ainda marcada pela entrega dos prémios de mérito a estudantes que concluíram o curso no ano letivo de 2021/2022 – em colaboração com a Associação de Antigos Estudantes da Faculdade – e de homenagem a aposentados da FFUC.

A ovação a Graça Freitas
Porém, um dos momentos altos foi a ovação do público a Graça Freitas, oradora convidada a proferir uma conferência. A Diretora-Geral da Saúde recordou os anos da pandemia e a “vertigem daqueles dias”.
“Estima-se que seis milhões de pessoas tenham sido infetadas – e este número é a ponta do iceberg porque muitos não saberão sequer que contraíram o vírus. Registaram-se 26.103 óbitos”, disse.
“Três anos depois de ter começado a pandemia, estamos com as nossas vidas equilibradas, mas superámos todos juntos. Eu fiz parte dos 10 milhões de pessoas que no país deram o seu melhor para ultrapassar esse desafio”, disse, tendo destacado o papel da ciência neste combate.

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