Administração portuária aponta “bypass” como melhor solução

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DB/Foto de Jot’Alves

O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, tem vindo a defender a necessidade de haver uma draga permanente na região. Este serviço é prestado por empresas estrangeiras, de acordo com o calendário definido pela administração portuária, que, não raras vezes, deslocam o equipamento de outros países.
Por outro lado, há que ter em conta as caraterísticas da barra local e a imprevisibilidade meteorológica, que têm levado a que seja necessário realizar dragagens à margem das que estão programadas, afetando, entretanto, a circulação de embarcações de menor porte, incluindo a frota pesqueira que opera na Figueira da Foz. A resposta a estas situações também obriga ao cumprimento das regras de contratação pública, que podem revelar-se morosas.
Em resposta ao DIÁRIO AS BEIRAS, a administração que tem sob a sua alçada a gestão dos portos da Figueira da Foz e de Aveiro não respondeu diretamente à pergunta, começado por defender que “o assoreamento ocorre sobretudo na sequência de períodos de mau tempo no inverno marítimo, durante o qual, devido às condições de mar, a draga não tem condições operacionais nem de segurança para dragar”.

Transposição de areias para sul

“Na realidade”, acrescentou, “pode-se constatar que o processo de contratação tem assegurado a mobilização atempada dos meios de dragagem necessários. Mas a draga passa muitos dias no cais, por não ter condições para dragar”.
Assim, continuou, “além das obras de melhoria das acessibilidades marítimas do Porto da Figueira da Foz, é fundamental dar início, a curto prazo”, ao “big shot” de areia, com a dragagem de cerca de três milhões de metros cúbicos, a norte do Molhe Norte, “criando uma caixa para retenção da areia da deriva e evitando que a barra fique tão frequente e rapidamente assoreada”.
De acordo com a empresa pública portuária, “deste modo, será minimizada a necessidade de dragagens durante o período de inverno, quando não é possível dragar”. Por outro lado, defendeu que o referido “shot”, “além de contribuir para a melhoria da segurança e da acessibilidade da barra, com a dragagem, também vai promover condições para o aumento da segurança das populações do litoral, a sul, com o depósito daquele volume para reforço das praias e das dunas”.

Venha mais um “shot”

A transposição dos três milhões de metros cúbicos de areia não impede, no entanto, a instalação de um sistema mecânico fixo, designado “bypass”. A primeira empreitada deverá realizar-se em 2024, enquanto o referido sistema permanente deverá ser instalado até ao final da década.
Neste momento, saliente-se, está a decorrer a recarga da Praia da Cova, a Sul do 5.º molhe, com 100 mil metros cúbicos de areia. Os inertes são provenientes de dragagens feitas na zona da barra da Figueira da Foz.
Após o “Big shot”, sustentou ainda a administração portuária, “é premente aplicar um processo que assegure a transposição permanente das areias para sul da barra, pois, a médio prazo, a caixa de areia ficará saturada”. De acordo com estudos efetuados pela Agência Portuguesa do Ambiente, indicou, “a melhor solução é a instalação de “bypass” fixo”.

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