Equívoco tático de Zé Nando, na primeira parte, e um erro coletivo na única oportunidade dos visitantes, na segunda metade, valeram mais uma derrota à Académica, a 10.ª na vintena de jogos já realizados.
O desafio era importante para a equipa da casa. Não tanto para o apuramento para a fase de subida – francamente, um sonho há muito desfeito –, mas sobretudo para a consolidação da equipa, que é talvez a variável mais crítica de todas quantas vêm afetando o desempenho academista nesta Liga 3.
Falar de consolidação é, acima de tudo, falar de consistência defensiva – na sua série, só quatro equipas têm mais golos sofridos do que a Briosa. Pois, a opção teve tanto de ousado quanto de inconsistente.
A defesa a três, atrás de uma linha de cinco médios com reforço das alas, é o dispositivo tático da moda. A verdade, porém, é que nem todos os defesas se encaixam no esquema e nem todas as equipas se dão bem com ele.
Saída a três sem jeito
Basicamente, o 3-5-2 implica controlo constante da linha de fora de jogo, quando a defender, e saída segura a partir de trás, na movimentação ofensiva. Ora, frente a um Alverca confiante, com atletas fisicamente fortes e futebolisticamente “batidos”, o risco de experimentar coisas novas era grande e o resultado foi o que se viu…
Não demorou, aliás, o Alverca a perceber a intranquilidade defensiva da Académica. E, em meio minuto, dois erros individuais ditaram a sorte do jogo.
Primeiro, foi Ibouka a fazer um disparate, a meio campo, dando origem a uma combinação rápida entre Nem e Hassan com este a chutar para grande defesa de Hidalgo.
Logo depois, Douglão atrapalha-se e perde a noção do que está a fazer. Aproveita Hassan que capta a bola, corre para contornar Ibouka, centra e provoca o corte de Latón para dentro da baliza.
À intranquilidade defensiva somou-se, nesta primeira parte, a falta de qualidade no momento ofensivo. Caiado atuou algo adiantado mas raramente conseguiu combinar com a dupla atacante – que, por seu turno, se perdeu em correrias inconsequentes.
Muda tudo ao intervalo
Ao intervalo, o técnico da Académica emendou a mão. Tirou o desastrado Douglão e também Latón, fazendo entrar Teles e, sobretudo, Brás. Taticamente, voltou ao 4-4-2.
As alterações tiveram efeito: a Académica passou a controlar o meio campo e a iniciativa atacante. Mas o Alverca estava confortável, mantendo o adversário longe da área de intervenção de Kadu. E, numa jogada em que o talento de Tavinho apanhou pela frente duas “andorinhas” de losango ao peito, o recém-entrado Pina cabeceou à vontade para o 0-2.
Não demorou a Académica a reagir. Aos 73 minutos, centro de Vasco Gomes para a cabeça de Nketia. Grande defesa de Kadu. Logo depois, novo momento alto da Briosa. Falta muito bem cobrada por David Teles que quase surpreendeu o guardião contrário. E, do canto, resultou o 1-2, com um excelente remate de primeira, à entrada da área, por Vasco Gomes.
Até final, a Briosa tentou tudo, mas faltou tempo e frieza para fazer melhor.