Vera Bernardo: “O meu marido está sempre a incentivar-me para treinar”

Como é que a Vera veio aqui parar, a Coimbra, e à Venda da Luísa. É natural de Pinhel…

Eu vim para cá estudar. Comecei a trabalhar no Hospital dos Covões, entretanto entrei para a Guarda Nacional Republicana (GNR). Ainda estive a trabalhar em Pinhel, mas já tinha casa cá e já era casada. E voltei para cá.
Para a equipa da Venda da Luísa foi através de um colega meu. Foi convidado para ir e disse que só ia se levasse uma colega.
Ele já saiu da equipa mas eu continuo e ganhei uma família de bons amigos.

É uma equipa sediada numa aldeia do concelho de Condeixa, mas que é a equipa com mais atletas federados na Associação Distrital de Atletismo de Coimbra (ADAC). Que fenómeno é este para que haja tanta gente nesta equipa?

É uma equipa muito acolhedora. O facto de ser uma aldeia faz com que tenha pessoas humildes. Temos atletas de Lisboa até. Não fazemos muitos treinos juntos, mas temos um grupo unido, jantares e reuniões que dão para nos juntarmos. E, como somos tantos, há sempre convívio depois das provas.
Gosto de estar na Venda pelas pessoas. Não há um espírito muito competitivo, mas são todas pessoas genuínas.

Imagino que, com estes resultados, lhe vão surgindo convites para outras equipas. Porque ainda não saiu?

Já tive vários convites. Este ano tive bastantes (risos). Mas ainda me sinto bem na Venda. Gosto de estar na Venda e têm-me ajudado muito. Sou o que sou, como atleta, muito graças à Venda. E vou ficando.

Foi na GNR que começou a correr mais a sério, também representa a instituição nos Campeonatos das Forças Armadas e tem conquistado alguns troféus com essa camisola. Apoiam-na nesta paixão?

Sim. Quando vamos para provas temos sempre duas semanas de estágio. Costumo dizer que não é em duas semanas que a Guarda me dá que viro atleta, ou então havia muitos atletas.
Mas dão-me, a mim e a qualquer militar, duas horas por semana para treinar… é bom.

O marido e a filha dão-lhe também muito apoio nas provas, não é?
É o mais importante, sem dúvida. Acompanham-me sempre, sempre, sempre!

O meu marido estuda a prova para ele e para mim. Vê os pontos onde pode assistir, sabe o nome das aldeias por onde eu vou passar; a minha filha acompanha-nos sempre, apesar de ainda ser muito pequenina, faça chuva ou faça sol. Anda agora no Vouga Trail saíram como eu, todos encharcadinhos.
O meu marido é um grande incentivo. Está sempre a incentivar-me para treinar e eu vejo o empenho dele. Acompanha a 100 por cento.

É mulher numa profissão de homens e num desporto com prevalência masculina. Alguma vez ser mulher lhe dificultou a vida?

Não. Nunca senti isso. Trabalhar no meio de homens não é fácil, mas no meio das mulheres também não. Costumo dizer que tenho as costas largas.
Por vezes, quando me desloco para fora, torna-se muito difícil para mim gerir as coisas, embora mais no papel de mãe, porque a minha filha tem 11 anos e ainda precisa muito da mãe e do pai. Como não temos família perto, atrapalha mais um pouco. O que custa mais é a nível familiar.

Ainda lhe sobra algum tempo para hobbies?
O que gosta de fazer nos tempos livres?

Adoro motos. Talvez tenha sido arrastada pelo meu marido. Gosto muito de ir a umas concentrações motards, que é um hobby dele e eu gosto muito de acompanhar.
Para além disso, gosto de estar com os amigos.

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