Políticas públicas são travão ao combate às alterações climáticas

DB/Foto de Ana Catarina Ferreira

As políticas públicas nacionais e europeias foram ontem criticadas num debate sobre alterações climáticas e sustentabilidade na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), no âmbito das comemorações dos seus 50 anos.
Luísa Schmidt, socióloga do ambiente, aproveitou o debate para realçar a falta de políticas públicas em Portugal que incentivem o consumo de energias renováveis.
“Portugal é dos países com menos metros quadrados de painéis de energia solar na Europa, sendo o país com mais horas de exposição solar. É contraditório e só um exemplo de pouco investimento nas energias renováveis”, disse.
Paula Lopes, professora da FEUC, frisou, na mesma ótica, que é “inacreditável” como é que a maioria dos edifícios públicos em Portugal não aproveita a energia renovável ou a energia hídrica.
A docente da FEUC vincou ainda a falta de incentivos fiscais para a população poder apostar nas energias renováveis em Portugal.
“Hoje em dia é desmotivador, devido à burocracia e aos poucos incentivos fiscais, colocarmos energias renováveis nas nossas casas. A energia solar ainda vamos conseguindo aproveitar, mas se for a hídrica é praticamente impossível”, esclareceu.

Mobilidade com más políticas

Já Eduardo Baptista, outro docente da FEUC, preferiu reforçar as más políticas de mobilidade que existem.
“Se olharmos para Portugal, um quarto da população utiliza diariamente o seu próprio veículo. Apesar de os veículos gastarem substancialmente menos que gastavam na década de 1990, a poluição vinda dos transportes aumentou 30%”, salientou.
Para Eduardo Baptista, é fulcral que as políticas consigam dar a possibilidade de as pessoas poderem andar de transportes públicos.
“Em Portugal só 12% da população é que anda de transportes públicos, é a percentagem mais baixa da Europa. Temos que dar condições para que estas dinâmicas se alterem”, afirmou.

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