Termina 2022, um ano adverso que nos deixa sobretudo na expetativa do que serão os próximos tempos.
A guerra regressou à Europa nos tradicionais teatros de guerra (terra, mar, ar) e percebemos que as guerras se disputam também em novos palcos, com os ciberataques a assumirem proporções nunca antes vistas e a ciberguerra a tornar-se no quarto teatro de guerra. A nível nacional, vimos também crescer o cibercrime e foram notícia os ataques a servidores de diversas organizações, com dados informáticos a serem eliminados, o que expôs a importância da cibersegurança devido à vulnerabilidade de muitos sistemas e demonstrou que não há valor que pague os nossos dados.
Vimos o anúncio do Facebook, cuja empresa alterou o seu nome corporativo para “Meta”, de criação do novo “metaverso”, um “admirável mundo novo”, virtual, uma extensão do mundo físico, com novas experiências assentes na realidade virtual e na realidade aumentada. Teremos um novo mundo metaverso, muito mais imersivo, mas também muito mais intrigante.
Do ponto de vista da organização do trabalho, o ano também trouxe novidades, com o Governo a iniciar o estudo da semana de 4 dias, num teste ainda restrito a um conjunto de empresas. A digitalização viabiliza menores custos de pessoal e de funcionamento, havendo setores onde esta transição já poderá ser possível, sobretudo em áreas tecnológicas. A Sexta-feira pode mesmo vir a ser o novo Sábado.
O mercado de trabalho, nas áreas tecnológicas, continuou fortemente pressionado por uma necessidade de profissionais com competências digitais. Quer devido ao crescimento do número de empresas que se têm vindo a instalar no nosso país, quer por exemplo pelo teletrabalho que veio para ficar e que permite mudanças de emprego muito mais fáceis.
Com o final do Verão e depois de um mês de agosto que foi o terceiro mais quente de sempre na Europa, os efeitos das alterações climáticas fizeram-se sentir (como as cheias no Paquistão). De novo a pressão na transição climática para proporcionar um futuro mais sustentável. E para os desenvolvimentos necessários em matéria de descarbonização pode mesmo contribuir a computação quântica, com os primeiros computadores quânticos já anunciados e que serão essenciais para ajudar a reduzir as emissões de gases de efeitos de estufa.
Quase a terminar o ano, mais uma edição da Web Summit, um dos maiores eventos de tecnologia à escala global. Lisboa continuará a ser o palco deste evento pelo menos até 2028 e Portugal passou a ser, para a tecnologia, um país bem mais conhecido e que conta já hoje com 7 Unicórnios que valem mais de 35 mil milhões de euros.
Os indicadores, esses, vão demonstrando que Portugal se vai tornando uma nação cada vez mais digital. Esta expetativa de progressão será seguramente impulsionada pelo resultado dos investimentos substanciais em matéria de transição digital que se têm vindo a concretizar e que estão previstos para estes próximos tempos.