É indiscutível que Davos continua a ser um momento de importância ímpar na agenda global. Não obstante os seus defeitos de forma, por ser cada vez mais um evento de eventos que dispersa atenções do main stage e dos main guest speakers, o conteúdo que produz continua a fazer de Davos o verdadeiro placo da reflexão anual sobre o “Estado do Planeta”. Ao contrário da Assembleia Geral das Nações Unidas, Davos tem a virtude de reunir num formato menos rígido (e, portanto, mais produtivo) os líderes de governo, a sociedade civil e os líderes corporativos. Ou seja, Davos mantém de facto a virtude de ser a plataforma de debate mais representativa e abrangente da comunidade internacional, e este ano não foi exceção. Da crise inflacionista ao “inverno cripto” e alta instabilidade no setor dos ativos digitais, dos desafios da emergência climática e disrupções derivadas da guerra na Ucrânia até à turbulência na sucessão de Klaus Schwab, o WEF 23 voltou a ser rico em debate de alto nível e palavras assertivas. Na “mixórdia de temáticas” abordadas em Davos sobressai a declaração sóbria de sinal vermelho do SG das Nações Unidas, António Guterres, quando aborda as crescentes tensões geopolíticas e a falta de capacidade de ação coletiva dos agentes globais. A juntar ao anúncio bilionário do “Net-Zero Industry Act” que animou governos e setor da tecnologia verde europeus, o nosso compatriota e chefe das Nações Unidas pôs o dedo nas feridas abertas do mundo e foi peremptório sobre o que cabe fazer a cada uma das partes. Num mundo cada vez mais polarizado por extremismos e violência política, desenhar os desafios coletivos com realismo, lucidez e sentido de prioridades é uma raridade cada vez mais necessária. Além de brilhante e preocupante, esta declaração foi um bom resumo do Estado do Planeta.
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