MP arquiva inquérito ao acidente ferroviário com Alfa em Soure

Arquivo/Foto de Pedro Ramos

O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito ao acidente ferroviário que aconteceu em Soure, em julho de 2020. Justifica que os responsáveis morreram, e que, por isso, não podem ser responsabilizados. O Sindicato dos Maquinistas vai recorrer da decisão e diz que a responsabilidade não pode ser apenas dos dois tripulantes, refere a SIC Notícias.
O Alfa saiu de Lisboa em direção a Braga a 31 de julho de 2020. Seguia a uma velocidade entre os 160 e os 180 km/h quando, no concelho de Soure, embateu num veículo de manutenção da linha.
A bordo do veículo de manutenção estavam dois trabalhadores da Infraestruturas de Portugal. Foram as únicas vítimas mortais do acidente.
Dois anos e meio após o sucedido, o Ministério Público confirma a tese do relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação a Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários, que indicava uma interpretação errada dos semáforos pela tripulação do veículo de conservação da linha.
O despacho da Procuradoria-Geral da República indica que os dois homens seriam “os autores do facto”, mas que, tendo em conta que morreram, “nenhuma responsabilidade criminal lhes poderá ser assacada”. O processo foi, por isso, agora arquivado.
A decisão não agradou ao Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) que, na altura do acidente, já havia defendido que a culpa não poderia ser atribuída exclusivamente aos dois trabalhadores. O sindicato anunciou que vai recorrer do despacho de arquivamento.
Em entrevista ao jornal Público, o presidente do SMAQ atribui responsabilidades também à Infraestruturas de Portugal. Alega que se os veículos de manutenção tivessem equipados com sistema de controlo de velocidade, o desfecho poderia ter sido evitado.
Para além das duas mortes, o acidente provocou ainda três feridos graves, 41 feridos ligeiros e resultou na destruição do veículo de conservação da linha e na perda do comboio Alfa Pendular, que ficou totalmente inutilizado.

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